Tens razão. Marcelo é a pitonisa, M e mais uns quantos. M será coincidência? – acrescentei já a abardinar a coisa.
Poderias ir ao sumo das questões, perguntando quem irá ganhar o campeonato da 1ª divisão e repetindo aquela: que pergunta faria se só lhe fosse permitida uma pergunta na vida?
Lá vens tu com mais filosofia barata e populismo adjunto.
Vou submeter estas perguntas a escrutínio e observar quais delas passam o crivo. É o teste.
Podias acrescentar uma outra: as perguntas a que o Prof. Marcelo responde são mesmo do público?
Deixa-te de disparates. E mais, isso da 1ª divisão já era. Agora é Liga-qualquer-coisa ou I Liga.
Olha que bom. Faca na liga.
O quê?
Nada, nada. Fala-me da alavanca.
(continua)
publicado inicialmente em Agosto de 2013 por MCV às 01:01 de 23 agosto 2025
Alavancar (VII)
Quem é o verdadeiro manda-chuva (aquele que decide mesmo se chove ou se faz sol) em Portugal continental?
Porque é que deixaram de existir boletins meteorológicos na SIC com umas meninas que previam o tempo especificamente para Vila Nova da Rainha, Alfarelos ou Conceição de Tavira?
O que é que aconteceu a Dom Sebastião?
Qual vai ser o formato das matrículas de automóvel quando se esgotar o actual 00-AA-00?
Quem vai ser o ministro da Saúde no dia 13 de Setembro de 2027?
Quantas marcas americanas de automóveis conseguirão vender carros em Portugal em 2025?
Quem será o futuro presidente da Região Demarcada da Mulher Norte-Alentejana? Por quanto tempo mais se manterão os actuais limites de tal região?
Li até aqui o rol das perguntas a Marcelo.
Baralhas a pitonisa com o londrino M – disse-lhe. Baralhas, que é como quem diz. Misturas.
E qual é o espanto? – retorquiu.
(continua)
publicado inicialmente em Agosto de 2013 por MCV às 19:39 de 22 agosto 2025
“Uns safanões a tempo”
“Uns safanões a tempo” é um trecho de uma frase atribuída a Salazar.
Num país onde o Direito e a Justiça claudicaram, abrindo caminho à impunidade que acicata os malfeitores, sejam eles capazes de que proezas, não admira que os safanões a tempo sejam requeridos a cada passo pela voz do povo. É o que sucede quando o estado de direito se demite e abre o caminho a todo o tipo de tolerâncias, em nome sabe-se lá de que moleza, de que falta de princípios.
Depois acontecem episódios em que os safanões ultrapassam os limites e morre gente.
Continuem com a moleza e o excesso de tolerância e depois queixem-se.
Deixem o lixo tomar conta das ruas. por MCV às 13:42
Ladrilhar a floresta
Que os que tanto clamam que a floresta, os campos não estão limpos, digam o que é que tem que se limpar.
E até que ponto.
Se é mesmo até rapar o chão e se isso deve ser feito constantemente de forma a não deixar crescer mais de um centímetro de erva, de mato.
E se é para fazer em todas as escarpas e caso seja, quais são os métodos para utilizar em superfícies inacessíveis.
Se é afinal para exterminar de vez o coberto vegetal e chamar o Saara, que de resto já ameaça parte do sul de Portugal. por MCV às 02:42
Um teste?
Sim. No outro dia apercebi-me de que o homem respondia a perguntas a pedido.
E que seleccionaram uma de vida ou de morte. Se fulano de tal recuperava ou não. Ora isto é colocar Marcelo no lugar de pitonisa, coisa que alguns dizem que ele é, embora aparentemente ainda ninguém tivesse experimentado de forma tão explícita testar-lhe tal qualidade.
Perguntaram-lhe se um tipo sobrevivia ou não? ‘Tás a falar a sério?
‘Tou, pois. Achas que ia brincar com questões de vida ou de morte?
Dei-me conta de que a nossa conversa começava a interessar aos parceiros das mesas vizinhas. Sem que soubesse a que ponto se encontravam já a par da escrita.
(continua)
publicado inicialmente em Agosto de 2013 por MCV às 00:01
Erro de casting
Lá pelos anos 70 do século passado circulava em fotocópias uma matriz em jeito de salto de cavalo que a partir de chavões inscritos em cada uma das quadrículas, permitia completar um discurso passando ou não pela mesma quadrícula mais do que uma vez.
Montenegro relembra essa matriz.
Por assim ser é que é improvável que venha a dizer de si próprio, como disse o outro, que é um “erro de casting”. Na dita matriz não existe tal quadrícula.
Sobre erros de casting, neste desgoverno já deu para perceber que não é o único. por MCV às 19:28 de 20 agosto 2025
Alavancar (V)
Vamos começar pela letra do Tony Carreira. Apontei-a à mão porque não tinha impressora e só tenho um computador de secretária, nada de portáteis grandes ou pequenos.
E dei-me a esse trabalho também com aquele espírito de quem faz cábulas – para além da utilidade do papelinho na altura do aperto, alguma coisa fica na memória enquanto se escreve. Talvez com isso quisesse suprir algum desejo inconsciente de memorizar a letra, sabe-se lá. O certo é que me interessava conhecer um exemplo do que canta o homem. Porque aí está, não duvides, a essência do povo.
Ainda empinando a mini-castello à frente do nariz, mirava-lhe a expressão empenhada refractada através do vidro.
A lista de perguntas para o Marcelo é um teste. Queres ler?
(continua)
publicado inicialmente em Agosto de 2013 por MCV às 14:17
Uma Diana
Diana, porque lembrava muito uma famosa Diana dos filmes e da televisão.
Deixou a sua marca indelével num dos meus cadernos ao mesmo tempo que me encantava.
Creio que a última vez que a vi vai para 38 anos. Numa das noites de Trigonometria. Estava como era, simples e interessantíssima. Não fosse o meu impedimento talvez tivéssemos ficado indefinidamente a falar na varanda.
Soube há pouco que partiu há 3 meses. por MCV às 21:14 de 19 agosto 2025
Alavancar (IV)
Não. Achei piada ao desenho da alavanca. Fez-me lembrar uma cena que aqui se passou.
E é a alavanca o principal disto tudo – vendo que eu mentia, ao fazer-me desinteressado.
Ah sim?
É. Conheces os rudimentos da mecânica das alavancas?
Demos isso tudo no liceu.
Pois, na escola industrial no meu caso – não fazia eu a mínima ideia de que ele tinha andado na escola técnica.
E atão?
Estava aqui a compôr um artigo para a revista da Câmara. Agora andam todos azafamados a gastar dinheiro nestas coisas, é a fruta da época. Pagam-me para escrever banalidades até às eleições.
Não o fazia vendido à política. Ou à politiquice. Antes pelo contrário. E saiu-me assim: Fazes bem.
Terminei a mini-castello e pedi outra – Manel, não há mais fresca? Não queres beber nada?
Ele disse que queria uma mini. Uma mine. Sentei-me enfim em frente dele.
(continua)
publicado inicialmente em Agosto de 2013 por MCV às 00:28
Acidental
Fica-se com a ideia de que a acidental ministra também não faria a menor ideia do que seria ser ministra. por MCV às 14:54 de 18 agosto 2025
Alavancar (III)
Como é que sei? Sei como sei o resultado de ontem do Portimonense, ou que a um rapaz da canoagem não o deixam ou ele não quer competir ou até mesmo que aí onde estás, há uns anos, não havia mesa, era a passagem para a casa de banho.
Era pois. Andas com atenção às letras do Tony. Também trauteias ou é só memória auditiva?
E esse ou, disjuntivo, quer dizer que quem aprendeu a letra sem se dar conta não a pode trautear e vice-versa?
Ói! Temos filosofia barata! Precisão de linguagem... Nesse caso, aproveito para dizer que a tua resposta à minha pergunta "Como é que sabes que a letra é do Tony Carreira?" não tem ponta por onde se lhe pegue.
Enfiando o gargalo da mini-castello na boca, fingi indiferença. Como à entrada do café.
Queres saber do que se trata? – perguntou, desmontando a minha pose.
(continua)
publicado inicialmente em Agosto de 2013 por MCV às 13:20
Pagode
Pôr o pagode ignaro a debitar sentado nos estúdios das televisões dá como resultado que se «desejem condolências». Em poucos dias ouvi tal duas vezes. por MCV às 22:46 de 17 agosto 2025
Incêndios
Só alguém com escassos recursos intelectuais não tem vergonha de afirmar que o número de incêndios e a área ardida dependem do partido que governa.
Mas é desta gente mínima com viés partidário que está infestado o país. Tanto faz que seja do partido A ou do partido B. por MCV às 22:38
Casos exemplares
Há alguns casos que despertam a minha tendência de "olho por olho, dente por dente".
Instam-me a acompanhar o seu desfecho.
Este é mais um. Vamos ver o que acontece ao assassino.
A jornalista entrevista o boçal. O boçal afirma mesmo que se arrepende de ter querido agredir quem ia para o ajudar. É que só percebeu depois. Prende-se em inimizades aparentemente antigas para acusar este e aquele, que responsabiliza por afinal terem cuidado dos animais fugidos ao fogo que diz pertencerem-lhe.
É o retrato do bom boçal. O que pode matar por não ter percebido qualquer coisa que lhe disseram, que lhe fizeram... por MCV às 15:41
Alavancar (II)
Atão, pá!
Olhou-me de viés, como se não me tivesse visto entrar no café e não tivesse cruzado os olhos com os meus numa indiferença mútua, embora se saiba já que a minha indiferença era teatral.
Tás bom, Manel? – ele ainda se lembra do meu nome.
A contemplação dos pormenores das coisas sobre a mesa, referidos a priori, levou-me a fazer uma coisa muito contra a minha natureza – reparos:
Pensava eu que já ninguém copiava letras de canções à mão!
Tentou um olhar de viés semelhante ao que fizera anteriormente, somou-lhe um quê de reprovação, e soltou um ah, sim?!
Pois pá, as miúdas hoje fazem copy-paste, cantam com aqueles écrans onde passa a letra, se calhar já nem escrevem com esferográfica. Karaoke – disse ele com ar enfastiado. Não se trata de nada disso. E são só as miúdas?
Entregas-te a grandes reflexões: Tony Carreira, Marcelo e isso é o quê? Uma alavanca?
Como é que sabes que a letra é do Tony Carreira?
Petrifiquei. Mal consegui virar-me para trás e pedir com voz pujante ao Manel (ao Manel do café) uma mini-castelo. Castello, com dois éles.
(continua)
publicado inicialmente em Agosto de 2013 por MCV às 09:57