in Association Internationale Permanente des Congrès de la Route - IX Congrès International de la Route, Lisbonne 1951 - Compte Rendu des Travaux du Congrès
Os padeiros de Viena talvez estejam acordados a esta hora.
O Império dos Francos e o Império Otomano terçando armas à mesa.
Confesso a minha total incapacidade para prever as consequências de uma união de ambos.
A única que me atrevo a extrair é a de que, seja o que fôr que aconteça, não será para sempre.
E, mesmo dessa, não estou cem por cento certo.
Admiro os que já sabem o que vai acontecer. Que já conhecem todos os males ou todas as vantagens de uma união. Que sabem o que acontecerá de bom ou de mau quer se aceite a Turquia ou não.
Parece óbvio que nenhum dos anteriores alargamentos da União suscitou tantas paixões. Afinal, há uma matriz comum, mais próxima, dos países integrantes. Que, dizendo ou não, alguma coisa aos povos desses países, foi, durante séculos natural entre os seus chefes. Quase todos familiares uns dos outros.
Não é o caso da Turquia otomana. Coisas do crescente e da cruz.
A ver vamos no que dá. Dez anos dá para acontecer muita coisa. Difícil de prever. Mas é já ali ao virar da esquina.
De qualquer forma, se 3 de Outubro de 2005 é a data aprazada para o início das negociações (?), cumpre dizer que é curioso que seja num dia de eclipse do Sol. Dia de sol crescente.
Há uma parte da humanidade que se acha destinada a ensinar os outros.
Será uma fatalidade que assim seja, uma vez que suspeito que todas as partes da humanidade são necessárias.
No entanto, às vezes, esta parte dos pisantes da ecúmena apresenta-se sob formas pouco suportáveis.
Há os que debitam nomes e obras como quem abre baús e mostra tesouros.
Há os que mostram os contornos de intrincadas reflexões sem permitirem que se tome o fio à meada.
E há os que se insinuam com aparentes disparates. Isco de pesca. Mal o incauto levanta o dedo para assinalar o suposto erro, desaba-lhe em cima uma parafernália de argumentos e de provas esmagadora.
Chamo a estes os da moeda de 3$00.
Não faço ideia de qual é a percentagem de pessoas que teve na mão uma tal moeda.
Os que viveram onde elas circulavam, devem ter boa lembrança dela.
Para muitos dos que nunca as viram ao vivo, como eu, e que não estão familiarizados com os mistérios da nossa emissão monetária, pode parecer assim, à primeira, um rotundo disparate que tenha existido tal coisa.
É dessa vertigem de correcção, quase com a avidez com que o vigarista estende o tapete, com mansa fala, àqueles a que acena com o lucro fácil, que vive o pessoal da moeda de 3$00.
Enredam o pobre convicto com insinuações e mal ele entra na contradita, sai ferrado.
Todos os dias os vemos em acção.
Não sei se já ensinaram alguma coisa a alguém.
Há-de ter havido umas perguntas do costume. Ignorante que sou, nada sei sobre.
Sei apenas que, depois de dar o meu testemunho, alguém há-de ler um papel dizendo que eu, aos costumes, nada disse.
Faz-me espécie esta pergunta tácita. Esta inferência das minhas palavras. Que terá a ver com algum tipo de impedimento, de suspeição de parcialidade, suponho.
Logo vos direi se aos costumes disse ou não, nada.
De bronco, mesmo.
É o que dá tocar muitos instrumentos ao mesmo tempo, a altas horas.
Lá se foi o template. Agora é preciso ir à procura das cópias e tentar repor tudo como estava.
Não há comentários nem estou com paciência para estragar mais nada a esta hora.
Em querendo comentar, favor dirigir-se ao Sapo.
Não sei quantos sismos já senti. Já lhes perdi a conta. A este senti-o bem.
E como das outras vezes, a mesma sensação de impotência.
Talvez que um sismo com maior duração permita algum tipo de reacção. O de Fevereiro de 1969 durou o bastante para isso. Mas como acordei mais com o ruído de janelas a bater do que com a vibração, só percebi que não era vento quando já tudo acalmara.
Foi nessa altura que pude ver, pela primeira vez e única até hoje, ao vivo, a destruição associada a estes fenómenos.
Poucos dias depois, passava por Bensafrim e recordo-me da quantidade de casas que estavam parcialmente derruídas. Terei ampliado em demasia os estragos? Com aqueles olhos infantis que tudo sobreavaliam? Não sei. A verdade é que nunca me entreguei a essa pesquisa. A julgar pela forma como foram tratadas as inundações de 1967 na imprensa e a forte controvérsia que sempre existiu sobre o seu balanço final, é provável que também não chegasse a nenhuma conclusão.
Mas é nestas alturas que sobreleva a impotência dos homens.
No nosso caso particular, não é a só a impotência. É também uma certa ignorância dos riscos.
A verdade é que todos sabemos que vivemos numa zona de alto risco. Mas ao mesmo tempo, a Natureza tem-nos poupado. Por alguma razão que desconhecemos, há muito que não nos confrontamos com um terramoto de grandes dimensões. Coisa relativamente comum em séculos anteriores. Toda essa ignorância, esse alheamento, tem conduzido a um descaso nada próprio de zonas de risco sísmico.
Pode dizer-se, sem grande risco de erro, que quando acontecer, terá graves consequências. Só os crédulos pensarão que grande parte das estruturas onde nos amontoamos, resistirão sem danos maiores a um abalo mais forte.
Uma das curiosidades destas alturas é, como não podia deixar de ser, o chorrilho de disparates difundido.
Desde a não confirmação oficial (?) até às tentativas de lançar o pânico, através de insistentes e capciosas perguntas a especialistas, tudo se ouve.
O bom senso, qué dele?
E os shortcuts? Já viste?
Mas isso têm todos.
Eh pá, dá um jeitão. Olha aqui o 112. Carregas no 1 duas vezes, no 2, no cardinal e já está.
Realmente... podias ter posto no 111, sempre variavas. Ou no 115, à moda antiga.
No passado dia 19 de Outubro, quando foi apresentada a proposta de Orçamento de Estado para 2005, supus e bem, que algo de secreto se encontraria nas entrelinhas do texto.
Inspirado por um post de Rafael Reinehr, segui as pisadas dos decifradores do código da Bíblia e lá encontrei o que toda a gente sabia que existia, mas não tinha coragem de procurar.
Ganha agora particular relevo este segredo. Uma vez que é dissoluta a Assembleia, demissionário o Governo, MAS aprovado o Orçamento.
Assim sendo, procurei, pelo mesmo método, descodificar o discurso do Presidente da República e o do Primeiro-Ministro demissionário.
Não tendo o portal do Governo o conteúdo da comunicação de ontem do Primeiro-Ministro, aqui fica à vossa apreciação, o discurso do Presidente da República, matriciado a 64 colunas (passo 64).
Na falta de tempo, deixo ao vosso cuidado a busca das palavras nele escondidas.