EspalhafatoDe cada vez que há qualquer coisa que depende de um intervalo de tempo mais ou menos curto, é mostrada à saciedade a ignorância e a incapacidade de raciocínio da maioria dos jornalistas.
É o caso do alerta de
tsunami desta tarde. Horas depois de ter sido cancelado, por ter passado o tempo devido mais as margens de segurança, ainda estarão excitados ao microfone.
Recordo-me do dia em que ocorreu a tragédia nas costas do sudeste asiático. Quando ouvi a primeira informação que dava conta de que uma onda atingira zonas tão afastadas como a costa indiana e tailandesa, percebi pelo tom nesse caso pouco excitado que ninguém que tivesse posto os olhos em tal despacho tinha tido a noção do que representava tal coisa. Viu-se logo a seguir que não. E vi também, nos minutos seguintes, que em algumas cadeias internacionais de notícias, já havia quem tivesse a noção das proporções. Nesse caso, tal como agora, parece que não se ouvem uns aos outros ou não percebem o que ouvem, o que é relativamente frequente ou então a necessidade de serem artistas de qualquer coisa faz com que o espectáculo tome conta dos telejornais. O que sabemos também é frequente.
por MCV às 19:18 de 03 maio 2006
O apagão da cegonhaQuando se apagou a luz na barraca dos petiscos, já o meu velho amigo tinha entrado a cavalo e, sem desmontar, bebido a sua cerveja.
Já a coisa estava como se viu e verá, calma.
O facto de a luz se ter apagado foi inicialmente atribuído a uma quebra de gerador.
Mas alguém reparou que se fizera escuridão total nas ruas da vila. Que não nos nos iludíssemos com os faróis dos poucos carros que manobravam em retirada.
Já não me recordo é quem foi que deu o alarme mais a sério ali no recinto. Mas foi evidentemente o primeiro que recebeu ou fez um telefonema, que as antenas de telecomunicações estavam operacionais.
Ficámos então a saber que em Faro não havia luz.
Pouco depois soubemos de Lisboa. E também de Crestuma, pois de lá disseram-nos que uma zona estava também sem energia.
Ora a situação era assim desastrosa. Havia já até os palpites catastrofistas do costume.
Na meia hora seguinte já se reunia, por via da GNR, informação bastante. Beja, Sines, Santiago, Setúbal, tudo à d'escuras.
A ideia pois iluminante surgiu logo após.
Foi quase como juntar um mais um.
O presidente da câmara ouvia mais um relatório do comandante do posto.
E foi só chegar a mecha:
"Vá, homem, 'bora lá derrubar mais um ministro!"
Não passaram dez segundos.
Ele virou-se para a direita e disse ao adjunto:
"Ligue-me já para o Governo Civil!"
Cada um fugiu para seu lado.
A energia só voltou já a gente vinha para os lados de Alcácer. O ministro não caiu dessa vez. E como é sabido quem pagou as favas foi a dita ave (
pág.11).
Está a fazer seis anos não tarda nada.
por MCV às 01:17
Santa EstupidezNão há desculpa quando nem copiar se sabe. E já não é a primeira vez que acontece.
A verdade é que
o cantado Compal Morango é uma edição especial e não uma edição limitada.
Eu é que nem copiar sei.
Já não me apetece roubar a coisa.
por MCV às 21:12 de 02 maio 2006