E o plástico?No Expresso desta semana aparece
uma lista de 50 invenções que talharam a História.
Assim de repente, e sem matutar muito, não vejo a escrita, o vidro, o transporte de energia (simbolizado no cabo eléctrico) e o plástico.
Cada um faz as suas listas, é claro. A mim, parecem-me estas indiscutíveis.
Mas fico sempre com a ideia de que não se usou a cabeça. Nem por um bocado. Nem por um saco de plástico.
por MCV às 23:58 de 26 dezembro 2009
A tradicional imbecilidade noticiosaO Natal é tradição. E, embora não sendo natalício, deveria procurar respeitar o espírito da coisa e recuperar um certo atavismo cristão que estará na minha memória celular.
Todavia, a palavra tradição escorrega-me para as notícias. E peco.
Esforço-me. Mas não consigo evitar uma indignaçãozinha quando ouço repetidamente na RTP N anunciar o comboio de levitação magnética como uma novidade extraordinária.
É qualquer coisa que me faz saltar a tampa. Mesmo em dia de Natal.
por MCV às 21:34 de 25 dezembro 2009
TG 923 ou à procura de um tsunamiNinguém não. Alguém haverá que trocaria de bom grado de lugar com ela.
Ela, que sei eu?, trocaria que condições e lugares por aquele assento incómodo dum 747 na hora que ora corre, com destino a nenhures?
A um tsunami improvável que torne a morte divisível, como certa vez me disse?
Ou a uma Índia sobrevoada, onde o passado reside escondido e irrecuperável?
Faço votos.
por MCV às 20:15 de 24 dezembro 2009
O túnel do comboio-fantasmaAqui há umas semanas Rui Santos fez circular na rubrica que mantém na SIC a seguinte pergunta:
Os relatórios das vistorias aos túneis realizadas pela Liga deveriam ser públicos?Isto intrigou-me. Vistoria aos túneis? Haveria alguma questão estrutural nos ditos? Porém, só se ouvia falar em agressões e nada em fissuras, assentamentos, deformações nem sequer em infiltrações (de água, bem entendido) ...
Fez-se luz no túnel e concluí então que a vistoria recaía sobre eventuais transformações que os ditos houvessem sofrido de forma a, à imagem do comboio-fantasma da defunta Feira Popular, serem dotados não de esqueletos e fantasmas mas de umas quantas luvas de boxe na ponta de molas metálicas, susceptíveis de serem accionadas à passagem dos adversários, dos da casa, dos seguranças, dos polícias, dos árbitros, dos que nem sequer lá estavam (vá lá entender-se isto) e talvez dissimuladas atrás de uma pretensa porta de quadro eléctrico ou similar.
Percebo assim que sejam vistoriados. Já o segredo em que se admite na pergunta estar o caso...
por MCV às 19:47 de 23 dezembro 2009
TerraPelo que li sobre a cimeira de Copenhaga, descontando os tradicionais disparates da imprensa, fiquei com a ideia de que, ao contrário do que se espera de uma cimeira para resolver um problema, obter um tratado, em que há de facto um objecto de disputa e interesses antagónicos bem identificados, aqui cada um se propunha discutir uma questão diferente.
Uma espécie de reunião de condomínio em que um se queixa do frio que faz na rua, outro do barulho dos vizinhos do prédio em frente, um que quer comprar uns tapetes novos, outro que acha não se deve votar na lista de Fulano de Tal para a Junta de Freguesia. E cada um não prestando qualquer atenção ao que outros dizem.
Há um que discute um assunto que compete a todos resolver – o dos tapetes – todos os outros falham o alvo.
Foi esta a ideia com que fiquei. Quando cada um discute um assunto diferente, estamos na esfera da conversa de surdos.
Parece-me extraordinário o conceito de alterações climáticas, já
aqui o disse.
E parece-me extraordinário que se consiga saber o que provoca as variações do clima quando não se consegue
matar o jogo do xadrez. Não é extraordinário, é apenas estultícia e ausência de ciência. Um credo que se instalou como se instalaram muitos outros ao longo da História.
Já saber se existe um aquecimento global carece de uma definição do conceito.
É uma derivada positiva na esmagadora maioria das séries de registos de temperatura conhecidas? Ou é exactamente o quê?
Começarei a
levar a sério esta tropa que por aí anda aos gritos contra as alterações climáticas e o aquecimento global quando os ouvir dizer que é preciso
reduzir a população mundial.
Seja como fôr, ela não ultrapassará um certo limite. De uma forma ou de
outra.
por MCV às 12:34 de 21 dezembro 2009
A tradicional imbecilidade noticiosaJá ouvi repetidamente na RTP que os alentejanos estranham o frio por estarem habituados ao calor.
É difícil imaginar sentença mais imbecil sobre o clima no Alentejo.
por MCV às 13:19 de 20 dezembro 2009