A cavalo dadoEu sei que a cavalo dado não se olha o dente.
Porém, há casos em que o descaso é tal que merece que se contrarie a máxima e se perca um pouco de tempo com a coisa.
Há já uns anos que o Expresso e a Optimus oferecem um mapa de estradas de Portugal.
Reparei há seis anos, no primeiro que obtive, que a A2 estava mal implantada na zona de Messejana. Quando ela na realidade passa a nascente de Messejana, figura no dito mapa como passando a poente da dita vila.
Há pouco abri o dito mapa, na sua versão de 2008, ainda quentinho. O erro persiste. Anos volvidos.
Pergunto-me se um erro destes é filho único ou está multiplicado pelo mapa. Não conheço a rede a um pormenor tal que possa avaliar o mapa em toda a sua extensão.
Um descaso destes é um sinal dos tempos que correm. Em que tudo é feito sem cuidado, à pressa, em cima do joelho.
A autoria dos mapas é, pelas indicações do verso, do Guia Turístico do Norte, até 2005.
De 2006 em diante é da Forways.
por MCV às 19:04 de 26 janeiro 2008
O carnaval chinêsNão posso dizer que o Carnaval me apanhou este ano
outra vez desprevenido.
As bombinhas de carnaval com que a polícia houve entretenga alertaram-me para os perigos da época.
Há pouco, imerso nos densamente povoados corredores de um bazar chinês (eu gostava de saber qual é a palavra ocidental que traduz do chinês este conceito), o segundo toque foi quando me detive nos bruxuleantes chapéus cónicos de aba larga e nas mui douradas coroas reais, perladas e rubicadas.
Já não me espantei depois de ver a sorte de nassas e de ardilosos apetrechos, misturada com um mundo de disfarces que a montra, olhada de dentro, me proporcionou.
Ao sair, qualquer coisa se soltou cá das gavetas e das coroas que antes vira, divisei os contornos da minha.
A minha coroa.
Um objecto sobre o qual eu tenho a plebeia certeza de que, para além do uso real a que o consagrei, há muitos e muitos anos, teve uma outra função antes de ser abandonado num canto da garagem da casa da vila. De onde o reergui para os mais altos significados e honras.
Não sei ainda hoje qual foi essa função. Coisa de rústico mal informado, de terratenente displicente, de sonhador com os pés no alqueve.
Ou não.
Talvez a sua função nada tivesse a ver com a vida montanheira.
Alguém me dá uma pista? Sem me pregar uma partida de carnaval?
clique
aqui para ver a ficha técnica.
a
pistola do Bafo-de-Onça está aqui na gaveta de honra da secretária – a de cima à direita.
por MCV às 21:53 de 24 janeiro 2008
O zénite do gineceuAndo há algum tempo – o tempo que decorreu desde o ponto de serena idade – a dar comigo a tentar equacionar o deslumbre do gineceu.
No momento seguinte, dou-me conta da quantidade de variáveis a considerar em tal equação e abstenho-me de continuar. Até à próxima recaída.
Aqui e ali, ainda consinto a presença de terceiros nesta perquisição. Sai-me um há certas mulheres que atingem o auge na alta maturidade, outras na mais leda adolescência.
Como se o auge fosse absoluto e não dependesse do ponto de vista do observador.
Poucas coisas há na vida em que eu tenha em menos conta a opinião de terceiros do que esta – a beleza das fêmeas da espécie. Sendo certo que em poucas coisas tenho a conta a opinião alheia e que, ainda nesta, há casos em que... Ou havia. O caso de algum dizer quem tem uma irmã muita... é fulano de tal. Ou todos os outros que proporcionavam meras pistas a seguir.
Tentei, pois, com exclusiva base na minha observação, traçar gráficos de deslumbre para algumas das mais interessantes fêmeas que me foi dado conhecer num intervalo de tempo em que a probabilidade de ter o dito deslumbre atingido o seu zénite – o ponto de inflexão máximo da dita função – era elevadíssima.
O problema acessório que se põe é que o olhar do observador também percorre uma linha. É ele próprio função do tempo.
Ainda não encontrei uma equação descritiva de tal. Mas procuro-a.
Pergunto-me que coisas mais descobrirei, em função disso, no dia em que uma equação se adaptar a tal evolução.
por MCV às 15:49 de 21 janeiro 2008