Habituado que estava a consultar as efemérides no sítio do Observatório Astronómico de Lisboa, verifiquei hoje que a data e hora do solstício de Inverno não se conseguem saber.
O que aparece agora é uma aplicação do Google, com a habitual confusão de coisas em português e inglês. Tem carradas de palha e não tem o solstício.
De cavalo para burro, on y va.
NOTA MUITO IMPORTANTE: É falso o que aqui escrevi. Alertado que fui para o erro, aqui me penitencio. A informação está disponível onde sempre esteve. Eu é que vou minguando nas faculdades. É no almanaque e não nas efemérides, onde se acede à tal tabela do Google, dispensável, que a informação está e sempre esteve.
Agradeço a chamada de atenção e peço desculpa pelo erro. É a segunda vez em menos de um ano. Da outra, eu próprio dei pelo erro. por MCV às 23:32 de 19 dezembro 2012
Série “coisas que me vêm à cabeça” – coisa primeira
O meu velho amigo Ziffel cantando esta moda enquanto comíamos linguiça assada nos abandonados grelhadores das esplanadas algarvias alta noite, horas nem por isso mortas.
Mesmo que se trate aqui da composição de duas memórias distintas.
Porque ele cantava esta canção antes e depois dos petiscos.
Porque assávamos linguiças nos grelhadores dos restaurantes, para acabar as noites.
Desde dia 5 e com maior frequência desde dia 14, sexta-feira passada, que a terra treme num conflito entre os anjos e o inferno, ali perto de Jaén. Uma das muitas crises sísmicas que o ano nos trouxe e que os registos hoje nos revelam por estarem muito mais acessíveis do que no passado.
As marcas representam os epicentros e variam em diâmetro com a magnitude referida à escala de Richter. Dados (actualizados cerca das 21:00) e mapa do IGN de Espanha. (clicar para ampliar)
Estava capaz de apostar que 2013 nos trará um abanão significativo.
Em 2007 não considerei a aposta ganha. por MCV às 22:03 de 18 dezembro 2012
Rigor
Ainda a propósito dos detalhes que desagregam a razão, quando esta se dedica à técnica (ou à ciência propriamente dita), li no Expresso de sábado passado que o laureado com o prémio Pessoa deste ano de 2012 vivia no Alentejo. Numa vila chamada Carrapateira.
Há no Alentejo algumas Carrapateiras. Disso não há a menor dúvida. Vilas não conheço, pode isso ser ignorância minha.
O que me faz espécie é que o laureado, Richard Zenith, viva no Alentejo e se faça fotografar na praia da Bordeira que fica logo ali ao pé de uma Carrapateira algarvia, que não é vila mas aldeia. E na praia do Amado que também é logo ali e muito perto da mesma Carrapateira.
Nada me leva a duvidar que o homem viva no Alentejo, como diz o Expresso, e que lhe tenha apetecido ser fotografado na praia da Bordeira, à Carrapateira. E na praia do Amado.
Mas se por um acaso se tratar de um erro situar esta Carrapateira no Alentejo é daqueles erros que arrasam um edifício racional. Na técnica (ou na ciência propriamente dita). No jornalismo, a ser erro, pode sempre ser considerado liberdade poética*. Nunca crassa ignorância. Num jornal dito de referência.* é alem do Tejo, para quem está em Lisboa. por MCV às 20:45
Uso o galicismo porque é o que mais convém para explicar a lentidão do raciocínio – o detalhe. O meu Pai, ainda que pertencendo a uma geração afrancesada, diria o gato.
Hoje é comum chamá-lo bug.
E foi um detalhe que, arruinando razões e implicações, me fez perder semanas para pôr em ordem uma insignificante aplicação que trabalha coordenadas esféricas.
O detalhe que afasta as letras das técnicas. Nas técnicas, um pequeno e insignificante (nada disso!) passo em falso deita o edifício por terra. Nas letras há sempre lugar para a poesia.
Nas técnicas, um sinal trocado é traço por cima.
Nas letras, uma perversão das regras pode, ao contrário, ser aplaudida.
O caso aqui é que levei semanas a pôr na ordem a função que andava à solta. Coisa que em outro tempo faria numa hora. O caso típico em que as faculdades analíticas mostram o seu acentuado declínio.
Era, afinal, um detalhe. por MCV às 20:50 de 17 dezembro 2012
Notícia com 36 anos
Ainda que o conceito de “mudança de vida” seja uma bizarria poética...
(em clicando, amplia)
do arquivo online do Diário de Lisboa do acervo da Fundação Mário Soares por MCV às 15:24 de 16 dezembro 2012