Furtar ambulânciasJá por ocasião de um elemento daquele lixo que a ilha de Sua Majestade costuma exportar ter furtado uma ambulância no Algarve, me interrogava
aqui por que carga d’água é que o crime de
furtar uma ambulância não é punido com muito mais severidade do que o furto de qualquer outra viatura.
Esta tropa de imbecis ainda não percebeu que uma ambulância pode salvar uma vida. E que a falta dela pode ser uma sentença de morte.
Outro furto que não pode ser encarado como um furto qualquer é o de sinais de perigo, na estrada.
São coisas óbvias ou não são?
por MCV às 21:13 de 05 setembro 2008 
O IM e as probabilidadesHá
estudos probabilísticos que deveriam ser explicados. Onde é que se vão buscar as variáveis e qual é o algoritmo aplicado.
O
IM falhou, é claro. Estas coisas acontecem quando se pretende prever o futuro.
Eu, por exemplo, tenho aqui um algoritmo* que me diz para jogar nos números 12, 13, 29 e 40 neste sorteio dos euromilhões. Ele não me diz bem isso mas do universo de mais de dois milhões de chaves (sem contar com as estrelas) escolheu apenas quatro. Todas elas têm estes números.
Daqui a bocado já vamos saber quem é que falha mais.
*
Para aqueles leitores menos familiarizados com a minha bizarria, direi que este algoritmo é mesmo um algoritmo, não escolhe chaves ao acaso. Escolhe aquelas que cumprem determinadas condições. Só essas e todas essas.
Diz-me o grilo falante, e tem toda a razão, que para escolher chaves ao "acaso" também são precisos algoritmos. Isso do acaso é depois outra discussão.
por MCV às 19:17 
Breaking newsUma ramona vi eu deter-se no meio da avenida e dela saírem enérgicos os bastões.
Diz que outra já tinha chegado e ido mais para baixo.
O mais curioso é que dos inúmeros circunstantes ninguém parecia saber a razão da “alteração da ordem pública”.
por MCV às 17:40 
O sotaque fatalSe, como diz um velho amigo também alentejano, há um timbre de voz que denuncia de imediato a estupidez das fêmeas, digo agora eu que é bem provável que certas variantes do sotaque americano amplifiquem essa denúncia.
Coisa de ouvidos portugueses, sem dúvida. Alentejanos e masculinos.
por MCV às 01:02 
ComiseraçãoÉ com comiseração que se vê esta gente ir a correr mudar leis de que não foram capazes de prever as consequências mais óbvias.
Vão continuar a fazê-lo. Não são capazes de mais.
por MCV às 17:37 de 04 setembro 2008 
Restos de colecção (68)
(clicar para consultar)Coisas com que me confrontava trinta e cinco anos atrás.
por MCV às 01:52 
O local do crime
Por aqui, mais metro menos metro, será um dia encontrado o
cadáver de Igor.
por MCV às 22:53 
Tadjine crombet bel keftaSaí de lá como quem sai de um cinema. Logo eu, que muito raramente me sento numa plateia.
Da inauguração da casa, cujo nome e tipos de letra nos reclames me puxaram para. Logo eu que não sou nada de inaugurações.
Comi bem e fui bem atendido, descontada a tremideira do debutante servidor das mesas.
Saí de lá com saudades de feiras universais ou coisas do género. Dos cheiros e dos sons dos stands deste mundo. Quem não pode correr o dito mundo, sonha com Saragoça. No tempo da Expo ou do Pilar, já em Outubro.
por MCV às 22:06 de 02 setembro 2008 
Bater na mesma teclaHoje e nos dias que hão-de vir.
por MCV às 19:09 
A qualidade da informaçãoUma das muitas coisas que me perturbam no jornalismo é a negligência com os tempos. Aquilo a que vulgarmente os seus profissionais chamam
timing.
Ora o
timing de uma peça em que alguém diz (já hoje, na SIC N, referindo-se ao furacão em vigor) “quando este chegar ao golfo do México” é um
timing falhado. Já há muitas horas que lá está.
E mais falhado é o passo da RTP que leu, ao telejornal, o ditado do
Mayor sem fazer o devido desconto.
Fazendo quase das afirmações bombásticas do homem destinadas a afugentar os mais renitentes uma coisa próxima da realidade observada.
É este o jornalismo. Pelos vistos, os seus responsáveis não se envergonham dele.
por MCV às 02:06 de 01 setembro 2008 
Cheira a fumoVê-se o fumo para os lados da Idanha, do Cacém e não há indicação
aqui.
por MCV às 23:38 de 31 agosto 2008 
A força dos alimentos
imagens da CNN (29 de Agosto de 2005 e 31 de Agosto de 2008)Um dos meus passatempos é o interesse de leigo pelos fenómenos ditos naturais. Tremores, ventos, chuvas, meteoritos.
Há cerca de três anos (passam dois dias dessa data, fui agora ver à data da imagem acima), comentava com alguém que mediria o impacto do furacão Katrina mais pelos estragos que fizesse do que pelo aparato das manobras de evacuação e da publicidade dos avisos. Disse até que o estado em que ficassem as
pontes gémeas seria a minha bitola.
O que aconteceu depois dessa conversa sabe-se e não se sabe agora o que foi.
Nunca consegui encontrar um texto, uma reportagem, um estudo que procurasse separar os estragos directos da tempestade com os indirectos, provocados pelo colapso dos diques.
O colapso dos diques, responsável por grande parte dos estragos e pela inundação de parte da cidade, poderia ter ocorrido com as mesmas consequências devido a um sismo e poderia não ter ocorrido durante a passagem do furacão, o que diminuiria consideravelmente os estragos.
O certo é que, com a tendência actual de argumentos fáceis, acessíveis às moles, misturou-se tudo e tornou-se quase impossível separar as águas, por assim dizer.
Seria importante ter uma ideia dessa separação, sabendo que ela é naturalmente muito difícil de estabelecer em alguns aspectos, para ter uma ideia prospectiva dos estragos causados por uma tempestade tal, numa cidade com ou sem diques.
As imagens que se vêem hoje das filas de trânsito a abandonar Nova Orleães relembram essas outras de há três anos.
Se os diques não resistirem de novo, pouco importa que o furacão seja menos intenso, produza ventos menos violentos.
As pontes gémeas parece que quase nada sofreram em 2005.
Outras pontes, de cota mais baixa e diferente construção, foram varridas.
Nunca se deve negligenciar a força dos
alimentos.
imagens do NOAA
por MCV às 21:55 