Um nome
No início era um nome.
Um nome fora de ordem alfabética, acrescentado à ultima à lista de presenças, declinado dia após dia sem que se ouvisse “presente!”.
Não foi difícil a nenhum de nós na turma fixá-lo ao fim de umas quantas chamadas.
Nesse início havia uma jovenzita franzina que fazia uma boa parte das despesas da diversão enquanto esperávamos a camioneta no fim das aulas.
Não sei ao certo quando, anos depois, dei pela presença dele, finalmente arribado ao nosso liceu. Talvez ao pé dela, talvez não.
Mas demorou até que ligasse o nome, o tal nome repetidamente guardado na memória, à pessoa.
Nesses tempos de adolescência passou a coisa célere até ao namoro firme dos dois. E de ser impossível dissociar um do outro.
Muito longe estava eu de saber então que ia acompanhar de perto todo o percurso de quatro décadas e tal de casamento, filhos e netos.
O nome fica agora na memória acompanhado de um sem-número de aventuras, de dias bons e maus, de agora diariamente querermos saber um do outro.
Ainda que a matéria esteja sepultada algures no nosso Alentejo. Que a ele ganhou por afinidade.
No início era um nome. Repetido diariamente em cada aula. Presente!
por MCV às 08:08 de 10 fevereiro 2024 
Tanguirizi
Às vezes suspiro por ouvir uma palavra destas –
tanguirizi, por exemplo – saídinha de um filme de cobóis.
Mas passa-me depressa.
por MCV às 16:35 de 09 fevereiro 2024 
Bons resultados
As avaliações que se vão fazendo à aprendizagem nos diversos graus de ensino mostram que o bom caminho está a ser percorrido: gerações de carneiros estão a ser preparadas, certificadas e carimbadas para serem controladas pela magra elite pensante.
Tudo ao contrário do que esperam os coitadinhistas de serviço, responsáveis pelas teorias educativas.
por MCV às 18:53 de 05 fevereiro 2024 