Tadjine crombet bel kefta (II)Logo no dia em que escrevi
sobre, me pareceu vir a ser efémera a experiência exótica aqui paredes quase meias.
Há já uns dias, semanas mesmo, que o prazo expirou. Portas cerradas.
Dou conta disso hoje. Fora de prazo também.
por MCV às 19:52 de 31 janeiro 2009 
Ouve-se e não se acreditaDisse a Procuradora
na RTP* que não há no caso Freeport sequer um suspeito.
Muito bem. Não há.
É precisamente por não haver que não consigo perceber que depois dissesse de alguém “
não posso dizer [o seu paradeiro]
senão ele foge”.
Só poderia estar a tentar dizer uma piada.
* Curiosamente o registo do programa está truncado na parte final.
por MCV às 19:38 
Desentranhando memóriasA rede tem uma distorção assinalável. Omite grande parte do trivial do tempo que a antecedeu e replica e enfatiza o mesmo trivial dos tempos depois dela.
E fica muito à mão dos que usam o argumento do caixeiro sem mercadoria: Isso não há. Nunca houve.
Como os tempos são cada vez mais de memória curta – muita informação pode apenas ser guardada por pouco tempo onde pouca informação era guardada por muito tempo – há factos que são riscados da História como as personagens contrárias das fotografias soviéticas.
Claro que tudo isto já acontecia antes da rede. Agora apenas se vê tal fenómeno ampliado.
Quase desde o início deste blogue manifestei
aqui a intenção de retirar das brumas do tempo uma tragédia esquecida – o descarrilamento do Rápido do Algarve.
Tinha já nesse tempo percebido que esse era um dos factos omitidos.
Mas não era só na rede. Já antes, nos jornais, nas rádios e na televisão não se lia, não se ouvia uma única referência a tal, nas habituais listas de acidentes ferroviários em que toda a gente cita as mesmas fontes incompletas.
Este acidente que eu trazia na memória por relatos ouvidos na infância e que sabia ser de uns anos antes, situava-o nos meados dos anos 50.
Queria saber exactamente em que dia ocorrera e qual a proporção que atingira e se a minha memória e as poucas referências que mais tarde ouvira a este e àquele se compaginavam com o sucedido.
Nos últimos dez anos talvez,
aproveitei todas as ocasiões para perguntar aos mais antigos sobre o caso. Obtive algumas respostas depois dessa demorada perquisição. Mas todas elas vagas.
Até que, há um ano e tal, uma nova
googlada mostrou a
ponta do fio da meada.
O acidente do Rápido do Algarve estava agora ao alcance de uma mão.
por MCV às 20:17 de 30 janeiro 2009 
SócratesA única coisa verdadeiramente preocupante a respeito de Sócrates é a sua falta de inteligência. O resto são ataques de mentes equivalentes.
A questão não é o homem. É o cargo que ocupa.
por MCV às 16:55 
JusFalou o ministro da Justiça, na abertura do ano judicial, de um mundo em melhoria.
Não faço ideia se a matéria em apreço, aquilo a que ainda insistem em chamar justiça, está ou não num caminho de melhoras.
A verdade é que a tragi-comédia que está presente em todo o lado nesse mundo deixa já poucas hipóteses para a coisa piorar.
É pois provável que melhore. Desde que se perceba que o estado actual é miserável. Incluindo naturalmente o processo legislativo.
Se não se perceber tal, a coisa continuará como dantes, Quartel-General em Abrantes.
por MCV às 16:40 de 27 janeiro 2009 
HonraNo jornalismo confunde-se amiúde a crítica com a calúnia, a apreciação com o insulto.
O episódio de hoje, no
programa de Mário Crespo, é exemplar.
À pergunta deste: “Era possível no ambiente governativo que se vivia, obter favores por dinheiro?” respondeu o entrevistado, o ministro da Presidência, que considerava tal pergunta um insulto.
Acredito que qualquer homem honrado reagiria da mesma forma.
O extraordinário é que no seguimento dessa entrevista tenha havido vários comentários a reprovar a atitude do ministro, do homem. Como se pôr em causa a honorabilidade de alguém, da forma que foi posta, fosse coisa relevável.
Sobre a essência do caso, continuo a não tecer considerações.
por MCV às 01:31 
Dias de colecçãoDe vez em quando, a ideia parva.
A que não sendo com toda a certeza original é bizarra. Coisa de gente sem afazeres, dirão.
É, pelo menos, mais
um motivo para olhar para as paredes.
por MCV às 18:42 de 25 janeiro 2009 