Suspeito que se vai atingir a massa crítica antes de conseguirmos um local para implantarmos as primeiras colónias. Isso quer dizer que a população mundial parará de se multiplicar e sofrerá até, no meu palpite, um decréscimo a partir de um certo ponto no tempo. E mais me parece que esse decréscimo será à conta de uma guerra biológica racicamente orientada. Guerra essa que pode já ter começado. Isto de dar palpites sobre coisas que nenhum coevo poderá confirmar ou negar, é da mais pura infantilidade e inutilidade. E mesmo que esse tal o pudesse fazer, seria preciso que eu cá estivesse para ser confrontado com a asneira e que a ele lhe lembrasse a minha audácia. Pertenço naturalmente a um grupo que assim suspeita e palpita. Não hei-de ser o único a inclinar-me para esta hipótese.
Uma coisa que ainda me surpreende na espécie humana é não terem os auto-designados fazedores de opinião já começado a propagandear a ideia de que a população mundial tem que diminuir ou...?
Eu não disse que tem que. por MCV às 01:42 de 18 julho 2008
Há um carrada de anos que quase faço tudo com o Excel. Nunca me tinha dado para o pôr a calcular o andamento das etapas do Tour e dar-me a coisa em gráfico. Alguma vez tinha que ser.
Seja lá qual fôr a razão, relacionada com os mistérios da transmissão por cabo ou não, o certo é que o sinal horário da Rádio Portalegre está, nesta altura, com 10 minutos de atraso. É verificarende querendo. já está calibrada a coisa (às 6:00) por MCV às 02:16
Memória com estrada galgada
Faz hoje vinte anos que bati o meu recorde daqui (da foz do Tejo) até Tavira. Mais de oito horas. Por um caminho que, mais troço menos troço, foi mais tarde designado por “rota amarela”, o que muito me desagradou, já que era aconselhado como alternativa ao congestionamento. De Palmela para lá, sempre fora das canadas da transumância, como era meu hábito nesse tempo em que coincidia nas calendas com os grandes rebanhos. Acho que só fui apanhado uma vez numa fila de trânsito daquelas a sério, desde a época em que as estradas começaram a ficar sazonalmente saturadas. Já não me recordo qual foi o erro de cálculo que cometi então.
trecho do mapa do ACP - 89ª edição por MCV às 01:26
Memória com comboios em fundo
Já não sei a que propósito parei o carro naquele sítio. Talvez porque te tinha acabado de apanhar na estação e queria discutir pontos antes de te confrontar ou não com a minha família, com a velha casa de cinco gerações. O sítio pareceu-me aprazível para um colóquio estival de fim de tarde. Dá-me ideia de que, muitos anos então já passados, era a primeira vez que olhava para aquele trecho com outros olhos. Um sítio com vista para a ponte, o vale desenhado no horizonte próximo e o ondular dos campos para lá, para sudoeste, até à finisterra cúnea. Nessa altura ainda não me dava para arquitectar uma casa ali no meio. Uma casa onde fosse despertado pelo som dos comboios nocturnos. Antigamente o comboio-correio hoje qualquer coisa que ande a desoras, se a houver. Talvez nessa época nem sequer tivesse a noção de que aquele pedaço me viesse um dia parar às mãos. Acende-se e apaga-se na gaveta dos impulsos esse daí abrir caboucos. Nesta foto estavas ao meu lado, uns bons anos depois. por MCV às 21:11 de 15 julho 2008
Ainda os alojamentos e realojamentos
Não consigo já ouvir os crentes. Os que acreditam. Os que dizem as pessoas têm que. Há um mito urbano recente – tomo-o como tal, não tenho razão nenhuma para pensar que seja verídico – que ainda assim reflecte bem os tempos que correm – é aquela sequência de últimas palavras que é atribuída a Theo van Gogh. por MCV às 23:35 de 14 julho 2008
Uma destas noites
Na rua, aqui ao virar da esquina, apenas eu e um tipo que volteou do canteiro para trás, acção – reacção com o ramalho de flores arrancadas na mão. Volteou, titubeou, balançou, hesitou, adejou, cambaleou e voltou a voltear. Quase sem norte. Não havia forma de eu não construir uma personagem na outra ponta da história. por MCV às 18:49
Anseios
Quem eu gostava de ouvir agora eram aqueles tipos que enchem a boca com as minorias étnicas. Mas, pelo que ouço, nem piam. Posso estar surdo, é claro. por MCV às 18:02