Entrementes na primitiva Ibéria... (I)
Suponhamos que, em vez da Geórgia, era um dos membros da União Europeia.
Sob que formas seria visível a sua tibieza?
por MCV às 19:46 de 09 agosto 2008 
A trégua olímpicaEntrementes na primitiva Ibéria...
por MCV às 14:56 de 08 agosto 2008 
A maneira de pensarOuço na televisão alguém na China que diz que é difícil perceber a maneira de pensar dos chineses.
Lembra-me esta afirmação aqueloutra comum entre os modistas que é “já não se pensa assim”.
Mas afinal o acto de pensar estará sujeito a tempos e modos?
Ou esta gente não distingue entre usos, costumes, crenças, mentalidade, semiótica e pensamento, acto de pensar?
por MCV às 04:28 
Um par de cornosSim. Mas o melhor foi que, no meio daquilo tudo, houve um tipo que descobriu que a mulher lhe metia os cornos.
Andava doido pela rua a dizer que fazia e acontecia.
Então quer dizer que não há mesmo festival?
Não, pá. Os tipos da Sagres é que descobriram a coisa. Disseram que não deixavam a cerveja sem receberem. Os tipos que estavam a montar os andaimes ou o palco ou o que aquilo era, pararam. Os artistas começaram a chegar e correu logo a coisa que não havia dinheiro. Chegavam e abalavam quase ao mesmo tempo.
E pessoal? Tava muita gente?
Tava, sim. Ficaram todos a saber que a mulher do outro lhe metia os cornos.
Foi mais ou menos assim, ciscando a memória, que o meu velho amigo M. me descreveu as peripécias em Panóias, depois do cancelamento do divulgadíssimo festival.
Ele tinha acabado de chegar de lá na sua bicicleta a motor, e punha-me assim ao corrente dos sucessos, em frente a umas quantas redondas no café da vila.
Estávamos no início dos anos 80 e ainda ia demorar década e meia até o Alentejo ter o seu primeiro grande festival rock.
Nesse dia de 97, chegava eu aos algarves para comer um petisco com os amigos por lá instalados quando um deles, já de uma geração mais temporã, me disse:
Atão e aquilo lá na Zambujeira? Parece que a coisa está mais ou menos em estado de sítio. Diz que não há comida nem bebida para tanta gente. E que já houve porradaria valente.
Veio-me à ideia Panóias. E um certo par de cornos atribuído a não sei quem por não sei quem, por via de não sei quem. Calculei que isso fosse agora pouco provável na Zambujeira. E previ que dessa vez talvez houvesse mesmo festival.
Se é verdade que não sou, nem nunca fui, um aficionado da
Zambujeira, é também verdade que lá recolhi uma bateria considerável de memórias nos últimos quase 50 anos. E que hoje essas memórias começam a conferir ao sítio um aroma mais agradável. Talvez a pinhal e a noites do Clube da Praia.
O que acabei de escrever é uma espécie de manta de retalhos cuja linha de cosedura apenas se lê na minha memória.
Sei que o Sudoeste começa hoje.
cavaleiros na costa da Zambujeira, em 1932 - espólio Campos Vilhena - foto de JAM
por MCV às 02:06 de 07 agosto 2008 
As Olímpíadas em Beijingue(para não dizer Pequim e para fazer uso declarado de uma chinesice)
Há qualquer coisa que me faz ter a ideia de que há muita gente lá para a China que já se arrependeu de ter pugnado para obter a organização dos Jogos.
Isto é uma banalidade das mais completas, uma vez que para tudo e em tudo há gente que se arrepende.
tomei agora mesmo conhecimento de que o clube aqui do bairro envia cinco atletas a Beijingue. É obra!
por MCV às 22:28 de 06 agosto 2008 
MudançasUma das coisas em que me parece que o mundo mudou desde que me conheço é a percentagem de pessoas incapazes de prestar atenção.
Talvez eu tenha nascido num ambiente em que as pessoas prestavam atenção ao que as outras diziam e talvez isso não fosse a norma.
Talvez eu tenha mudado de meio ou talvez as pessoas em geral prestem hoje menos atenção ao que os outros dizem e escrevem.
Talvez eu me engane nesta apreciação, talvez a idade tenha operado sobre os que me rodeiam e sobre mim, mudanças que justifiquem esta ideia.
Neste meio em que agora me encontro, neste tempo, observo que quase tudo é apanhado na diagonal. E como a capacidade para captar o sumo, quando se lê, se ouve na diagonal é algo ao alcance de muito poucos, ocorre uma propagação do erro absolutamente feroz, comprovadíssima a cada passo em qualquer conversa, em qualquer jornal, blogue, canal de televisão, etc.
Observo amiúde o olhar perdido do interlocutor, revelador da inutilidade de prosseguir com qualquer raciocínio, até com qualquer comunicação por mais simples que seja.
E venho de um tempo ou de um meio em que me habituei a atentar e a ter interlocutores atentos.
por MCV às 19:26 
A ponte sobre o TejoFaz hoje anos. 42.
Talvez eu pudesse ter memória do Tejo sem as obras, sem os caixões flutuantes, as barcaças, a emergência das torres, a passagem dos cabos, a elevação dos troços de viga, sem nada disso.
Não a tenho.
Tenho a Ponte sempre presente. Do gabinete azul e branco com maquetes dentro, à primeira passagem, uma remessa de dias antes da inauguração.

fotografias de Celestino Teixeira in "A ponte Salazar", GPST, Lx, Julho de 1966
(clicando, ampliam)
por MCV às 15:41 
OVNIHora: 20:43 de 5 de Agosto de 2008 (cerca de uma hora antes desta nota)
Local: onde eu me encontrava.
Tipo: luz intensa do tipo sol reflectido em chapa ou vidro.
Orientação: 166
Ângulo com a horizontal: 7º
Não me pareceu ser um avião em que o sol se reflectisse pela forma como a luz se extinguiu, não sendo possível divisar nada no céu no momento imediato.
por MCV às 21:50 de 05 agosto 2008 
Weekend“
Em França, há 266 km de filas desde sexta-feira.”
É o tipo de frase que qualifica quem a produz.
Há pouco, na SICN.
por MCV às 00:25 de 03 agosto 2008 
O livro antigoDizia o Ministro dos Negócios Estrangeiros na televisão que tinha tido muita dificuldade ao ler um livro de há dois ou três séculos, dada a ortografia.
Não me admira que a tenha tido. O contrário é que seria de admirar.
por MCV às 00:24 