Mudar de vidaEstas palavras fazem-me lembrar
a canção de António Variações.
Estas palavras, para lá da poesia, nada significam. Ninguém muda de vida.
Diz o Presidente da República que é o que temos de fazer.
Como estas palavras só significam algo em tom poético, que é mudar o uso, é do uso que se trata. Do mau uso, suponho.
Ora o mau uso dos governados que carece ser mudado e com o qual têm de facto responsabilidade na situação é a escolha useira dos governantes.
Mude-se, pois, o uso.
por MCV às 13:46 de 07 maio 2011 
DesmentidoAo contrário do que se poderia inferir pelo
artigo aqui publicado há meia-dúzia de anos, estou em condições de desmentir que entre as contrapartidas para o empréstimo ora contraído não se contou a indicação do paradeiro de Ibn Laden. 25 milhões de dólares também não davam agora para muito.
Por outro lado, confirma-se que Lauro, não sendo o nome de código de Osama, que como agora se sabe era Jerónimo, era e é um indivíduo que não pode estar mais a par das contas do Estado.
Conjuntamente com Medina Carreira e o meu velho J.d’ há décadas que andava a alertar para o descalabro.
Daí o interesse nele.
por MCV às 07:26 de 04 maio 2011 
Isto dos livrosSe me perguntarem por que é que gosto de ler, direi que não sei como não sei das razões por detrás de qualquer um dos meus gostos.
Mas tenho consciência de que uma coisa que me agrada nos livros é embrenhar-me no cenário.
Ora ontem, pegando n’O Barco Aberto, de Stephen Crane, vi-me no cimo de umas dunas dizendo “
Olha um barco cheio de mortos!”
por MCV às 02:22 
No intervalo da bolaAnunciaram que o primeiro-ministro falaria ao país no intervalo da bola.
A ser realmente esse o tempo escolhido, estou curioso por saber se o árbitro o manda calar.
Pareceu que não. Mas é um fora-de-jogo muito duvidoso.
por MCV às 20:39 de 03 maio 2011 
Ibn LadenO homem que foi morto entre o desligar do computador e o ligar da televisão do quarto – aqui falava-se do ataque a Kadhafi, ali já se viam as garrafais
Breaking News e o competente tom assanhado do jornalista – esteve para morrer muito mais tarde. É que entre Van Vogt e as notícias do mundo para a sossega, estava mais inclinado para o primeiro. Morreria hoje por esta hora, mais coisa menos coisa.
Este homem, a quem associei por via das notícias soltas que sobre ele lia ou ouvia antes de 2001 uma imagem de magnata árabe-ocidental traficante de armas, que talvez se pavoneasse em iates de luxo pelo Mediterrâneo, entre Monte Carlo e Portofino, enchendo páginas de revistas sociais, revelou-se-me com o estereotipo que depois lhe colaram, muito diferente do meu julgamento inicial.
Mas de um a outro retrato, tudo o que sabia era o coado por múltiplas intervenções dos criadores de mitos.
E foram os criadores de mitos que criaram Osama Ibn Laden.
E foi o Ocidente que encheu esse mito como um balão.
O homem está morto, disseram-me ali na televisão do quarto pelas três e tal da manhã.
O mito é que não.
por MCV às 10:46 de 02 maio 2011 
PersistênciaHá dias discutia com circunstantes o que movia esta gente na procura dos
destroços do AF447.
Eu defendia que, sem querer explicar as motivações humanas, ainda há motivos que excedem o interesse pelo poder, pela posse, pela fama.
Que talvez esta descoberta se pudesse dever a uma persistência fundada no desafio.
Talvez.
Contra mim, argumentavam que nada se faz sem o fito na fama, na posse, no poder.
Podem tirar-se dividendos desse tipo desta descoberta, claro que podem.
Ainda assim, continuo a crer que às vezes...
imagem do BEA - caixa negra de registos de dados de voo recuperada hoje de manhã.
por MCV às 21:27 de 01 maio 2011 