A roda da fortunaHá neste caso ruidoso do Casino de Lisboa uma questão que é afinal a questão essencial e que anda completamente esquecida:
Um casino em Lisboa foi uma “ideia de génio” para devolver, à laia de chamariz, a afluência ao Parque Mayer.
Uma espécie de ovo de Colombo.
Vê-se agora que sim, que foi.
por MCV às 19:06 de 16 fevereiro 2008 
A dissoluçãoEu tenho perfeita inconsciência de que os profetas da desgraça estão presentes em todas as eras.
E tenho igual inconsciência de que as projecções a um tempo que não seja alcançável não valem absolutamente nada. Descontando alguns raríssimos casos de visionários que agora sabemos terem-no sido. Eles próprios é que não o puderam comprovar.
Há alguns anos, quase vinte, disse a uns quantos com quem discutia a então adivinhada guerra dos eslavos do sul com os seus vizinhos que talvez um dia ainda tivéssemos que agradecer aos sérvios por não se quererem submeter na sua própria terra.
Acabadas as guerras acesas naquela zona, acantonados os sérvios, o ocidente prepara-se para lhes ferir mais um golpe decisivo.
É o próprio ocidente que se fere a si próprio. A pouco e pouco, fere-se de morte. E não se apercebe de que o faz.
por MCV às 17:26 
Memória ferroviáriaHaveria um sem fim de palavras se me pusesse a discorrer sobre as minhas memórias do túnel do Rossio.
Não as encontro.
Remeto-
me (vos).
por MCV às 12:45 
E se...Há quem efabule a partir de caminhos que a História não traçou. Fazendo comparações entre este e outro mundo, dito paralelo.
Nunca passei grande cartão a esses exercícios do “e se...”. Mas...
Mas interesso-me por coisas, objectos que não foram. Dos quais no entanto se conhece o sonho.
Tropecei ontem numa comunicação simposial –
Consideração dos sismos no estudo dos novos edifícios para os Ministérios das Obras Públicas e das Comunicações (1) – da qual extraí indicações suficientes para me lançar a, com alguma fantasia, fazer esta fotomontagem.
Estão no documento as
alturas de alguns corpos dos edifícios e a
planta de implantação. O resto é aposta minha em cima de
uma foto de Barao78 depositada na Wikimedia.

(1) – Engºs A. Bonneville Franco, F. Anjos Dinis, J. Cardoso de Lemos, L. Leal de Faria, Úlpio do Nascimento, G. Páscoa, D. Muralha, S. Fonseca e Ag. Técn. Engª. S. Pacheco, comunicação ao Simpósio sobre a acção de sismos e sua consideração no cálculo de construções in Boletim da Ordem dos Engenheiros, IV – 23 de 1-12-55, memória nº 120.
por MCV às 10:48 de 15 fevereiro 2008 
Em busca de um deus Vá lá saber-se quantos factores concorreram para que esta memória se reavivasse.
Um acaso talvez levou-me ontem (hoje) a escolher a foto da E.N. 373 (uma ampliação mázinha feita a partir de uma prova de contacto 24x36).
E um outro acaso fez com que rememoreasse os sucessos de uma data quatro anos anterior à foto.
Ao mesmo tempo, um aconchego a isso tudo. A companhia dessas andanças deu sinais de vida. Tudo isto junto...
Nesse dia de Abril de 91, andávamos em buscas de sinais de Endovélico, esse deus antigo como o são, ou devem ser, todos os deuses e que suscitava alguma curiosidade nessa época.
O certo é que o nosso useiro caracoroísmo de encruzilhadas nos levou àquele troço da 373.
Antes da ponte, um sinal à direita mandava-nos para a Mina do Bugalho. Obedecemos.
Mal virara o volante, o olhar perdeu-se no vale à esquerda e na estrutura que o vencia.
Qualquer coisa forte nos pregou àquele trecho de paisagem. É provável que tenhamos dispensado um ou dois cigarros à contemplação. Qualquer coisa nos venceu ali, numa batalha de que não tomámos conhecimento.
Seguimos para a Mina e da Mina para o Rosário, arrepiando parte do caminho.
E do santuário para Terena, por vaus quase secos e caminhos onde só os rústicos como eu fazem passar carros de cidade e estrada nova.
Aconteceu com esse episódio a curiosidade de o julgarmos imortalizado em foto e não o encontrarmos no rolo.
Passaram os tais quatro anos. Ou quase.
Um dia encalhei aqui numa estante num dossier pelo qual me lembrava vagamente de já ter passado os olhos.
Foi nesse momento que percebi que projecto era aquele, que ponte era aquela.
Tempos depois, bati esta foto aqui do post abaixo.
Ontem (hoje), pela primeira vez, percebi que a busca por Endovélico se nos apagou da mente naquele momento extático.
Acho tudo isto muito estranho.
por MCV às 23:47 de 12 fevereiro 2008 
Espólio (29)No betão.
É no betão que te comemoro hoje. 90 anos depois.
Numa folha das tuas a que deste forma de pedra. E que resiste.
por MCV às 02:59 de 11 fevereiro 2008 
A moeda do Crato
imagem do BCEJá passou mais de um mês e ainda não tenho um exemplar que seja desta moeda ou dos seus submúltiplos.
Ao trazer hoje isto à baila assinalo também uma efeméride.
Que agora é maré delas.
Aqui ou no Crato.
por MCV às 04:47 de 10 fevereiro 2008 