Há qualquer coisa que me persegue e perseguirá neste quadro de Pousão. Já o referi aqui algumas vezes. Um destes dias, andando numa romagem pelos arredores de Setúbal, dei com este recanto. Não foram só as figueiras-da-Índia que me evocaram Pousão. Parece não haver mais nada de comum, no entanto...
Se me perguntarem, direi que a noite de ontem foi a primeira do ano (os anos começam depois da cortiça, toda a gente sabe) em que senti algum frio. Já na de anteontem, eu e os companheiros gozávamos do ar tépido da meia-noite, em plena cidade de Lisboa. Esse facto fez suscitar memórias. Que é curta, a da maioria. Que até omite o facto de haver verões de São Martinho. À minha, veio por exemplo a da noite de 12 para 13 de Novembro de 1994. Quando em plena várzea do Sado (e se ela é fria) petiscávamos ao ar livre e à luz do petromax até quase de madrugada. Veio também um certo natal dos anos 70, acho que o de 74. Em que nos sentávamos nos poiais do café, noite a dentro, gozando a mornice, falando de tempo de terramotos e tabaqueando a coisa.
Diz que há um aquecimento global.
Se me perguntarem, direi que no meu tempo de reparar nestas coisas, dou pelo escurecimento. Pode ser ilusório, pois que os dados que conheço parecem dizer que não é muito perceptível, mas é uma sensação que experimento. Quanto ao aquecimento, não dou por ele. Nos registos que compilei a partir da base de dados do INAG, também não dei por nada que pudesse ter algum tipo de significado. Haverá quem tenha outros dados.
*A temperatura amêndoa é ( toda a gente sabe) a que se pode medir (ou a que mede um homem muito bem acompanhado) na maior parte (em uma que seja) das noites de verão ali onde a E.N. 241-1 entronca na E.N. 244. Há lá um sinal que demonstra isso mesmo. por MCV às 01:36
O debate público
Ainda estou à espera de ouvir o que pensa da localização do aeroporto o contínuo escolhido do Ministério determinado. Esta coisa de as entidades e das empresas públicas se porem em bicos de pés a dar palpites sobre assuntos deste calibre, passando por cima e atropelando quem deve pronunciar-se, é o que me faz esperar. Ouvir o contínuo. Será porventura mais sensato. E faz-me lembrar mais. Faz-me lembrar o chorrilho de asneiras que antecedeu e seguiu aquela frase “vamos pôr as gravuras a voar”. Um tal quadro que foi bem patente na altura da decisão de Foz Coa – estávamos no final do cavaquisimo - e que agora volta a desenhar-se, apenas mostra uma coisa – falta de autoridade, desierarquização. Desgoverno. Nada que me surpreenda, afinal. Mostra, por outro lado, que vigora a versão televisiva e educada dos berros das regateiras que chamavam a atenção do burgo para o que lhes parecia mal. Vigora e obtém resultados. por MCV às 19:31 de 14 novembro 2007
O homem chamou-me como sempre da montra, entre a carrinha cinzenta e o carrão preto. Ambos naturalmente metalizados. E chamou-me com um ar preocupado. Lá me dirigi ao stand e imediatamente se revelou a urgência dele em recolher o meu parecer, dado que figuro, muito erradamente embora, como entendido na matéria, aos seus olhos. Lá dobrámos a esquina do supermercado e descemos a rampa da oficina. Desta vez o carro em questão era um Daewoo Matiz ou equivalente. Claro que era cinzento metalizado. Estava todo escaqueirado a estibordo. O homem olhava para os estragos e dizia-me: Ela diz-me que isto foi defeito do computador. Que ia a andar normalmente em recta quando o carro começou a atravessar-se e a andar de lado. Bateu mais à frente num que estava parado. O que é que tu achas? Achas que o computador pode ter causado isto? Eu estava céptico. Apesar de saber assim em sonhos que quando os computadores querem ou quando por outro lado falham, as surpresas são inúmeras. Encolhi os ombros e disse-lhe que não fazia ideia. Mas que podia bem ser uma maneira airosa de ela se sair ainda mais airosamente de um acidente tal, visto o carro estar na garantia. E perguntei-lhe que tipo de ela era ela. Ele não me respondeu. Estavámos quase silentemente entendidos quanto à causa deste e de todos os outros acidentes com elas do tipo dela ao volante, pensava eu, quando ele me fez um gesto chamando-me para observar a dianteira do carro. Estava igualmente amachucada. Encolheu agora ele os ombros e disse-me: O computador não deve estar mesmo bom. Isto fui eu que bati há bocado quando o fui experimentar.
imagem roubada aqui e amachucada devido ao computador por MCV às 03:59 de 13 novembro 2007
É muito desagradável perceber que o Sporting é facilmente derrotável. É, pelo menos, essa a imagem que dá há algum tempo, tal é a fragilidade do seu jogo.
sei lá eu de onde veio este gif
Viva o Sporting! por MCV às 23:07 de 11 novembro 2007
O herdeiro mínimo
Tornei-me hoje herdeiro de um extinto clube cultural e desportivo dos trabalhadores de um igualmente extinto organismo público. Uma herança mínima – meia dúzia de livros com cheiro a bafio, destinados ao lixo. Mas ainda assim uma herança. Livresca. Mais uma. Se a A.S.A.E. sabe disto... por MCV às 21:40
A página da Autoridade Nacional de Protecção Civil para os incêndios florestais continua em grande. Seis cavadelas, seis minhocas. O que é dizer que para seis incêndios constantes, há seis mapas da senhora da Asneira. No verão, não se passava isto. Os mapas correspondiam aos locais assinalados nos registos. Não é de facto um bom sinal. por MCV às 02:31