A perfeição ferroviária
Quando aqui há dias
dei alguma forma e nenhum conteúdo à
imaginação de Roberto Bolaño estava longe de imaginar que, pouco tempo decorrido,
uma reportagem da RTP me daria forte inspiração para construir uma trama que desse corpo a tal título.
A
história do GISAF e a ideia que preside ao funcionamento de tal gabinete é uma hipótese de peça literária de altíssimo potencial.
por MCV às 22:08 de 26 janeiro 2013 
Ruas com Dias
E passaram quatro anos.
Há um ano havia 230 dias com cromos na caderneta. Hoje há 276.
Com grande ajuda de um correspondente nortenho.
A ver se no próximo ano apenas ficam a faltar as que não existem ou delas não tenho conhecimento.
por MCV às 16:20 de 25 janeiro 2013 
Alfarelos
Para um relatório preliminar,
o documento já entregue sobre o acidente em Alfarelos é bastante esclarecedor.
Mostra que existiu uma anomalia que foi comum às duas composições e que é aí que têm que ser feitas as investigações sequentes.
Apenas noto uma falha: a ausência de referência à ocorrência ou não de casos semelhantes de derrapagens a seguir ao sinal 1960A num período anterior ao acidente.
Esta ausência faz presumir que não há notícias de tal. Mas era aconselhável que ficasse dito.
por MCV às 14:08 
Jornalismo
Quando disse que o jornalismo
hoje é uma espécie de glossário de anedotas do tempo em que andei na escola primária não estava a exagerar.
Todos os dias, a quase todas as horas, se ouvem e lêem as coisas mais extraordinárias.
Com o choque de comboios do domingo passado, o facto de se referirem (bem) ao local como Granja do Ulmeiro, não evita que se diga que um acidente ferroviário na Estação do Rossio não é um acidente na Praça Dom João da Câmara ou na Rua 1º de Dezembro. É um acidente na Estação do Rossio.
E tratava-se aqui de um acidente na Estação de Alfarelos que é uma das mais famosas e importantes do país.
Ainda que Alfarelos, a terra, diste mais da estação do que a referida povoação.
Isto é apenas uma exigência digamos mesquinha – a de introduzir uma certa hierarquia nos topónimos.
O que já faz parte do tal glossário é a quantidade de vezes que se ouviu conjugar o verbo
abalrar (suponho que seja assim que se escreve) e o tempo em que
diversas formas do verbo em causa apareceram escritas na pantalha.
por MCV às 21:03 de 23 janeiro 2013 
Falhados
Estes tipos são uns falhados.
Será que não se envergonham dos seus discursos passados? De fazerem sistematicamente o que antes renegavam?
Ou fazem isto porque consideram que o povo é demasiado amorfo para se dar conta do chorrilho e que este é o método certo? Se assim é, receio que se enganem. E se enganem muito. Coisa que se verifica exaustivamente no caso contrário.
Já quase não consigo ouvi-los nem falar sobre eles. Sejam do governo sejam da oposição, que ainda me parece mais triste.
por MCV às 13:46 de 22 janeiro 2013 
Vertigem
A vertigem e o risco.
A vertigem costuma ser deliciosa quando o risco é ele também amorável. Uma forma de embelezar com lugares comuns o óbvio.
Existe um risco em nomear aqui a Dama de copas. Quanto mais não seja pelo terceiro selo. E por toda a informação que nele consta.
Às vezes penso que o terceiro selo já foi lido e
googlado e que o olhar atrevido e demolidor da carta em causa é disso revelador.
Outras não. Como hoje.
por MCV às 21:46 de 21 janeiro 2013 