A empena desportivaAo ouvir um destes dias falar em “verdade desportiva” ocorreu-me que não há hoje (ou a minha ignorância não me permite sabê-lo) uma palavra que signifique o desporto tal como ele era.
Usando o bom português de antanho talvez pudéssemos ir por folga, folgança, folguedo.
O caso é que não se pode usar desporto para significar desporto.
Um destes dias fui surpreendido por um casal a fotografar uma rua. O enquadramento era alto pelo que a parte feminina do dito casal entendeu que eu lhe fotografava a empena do prédio, interpelando-me a propósito. Quando lhe disse que não tinha nada a ver com obras ou com orçamentos, quis saber por que raio lhe fotografava então a empena.
Por desporto, minha senhora.
E ela: Humpf! Por desporto!...
Acho que lhe adivinhei a resposta, pois já a recebi de costas.
por MCV às 23:26 de 29 março 2008 
Portugal, esta tarde
Aceitam-se palpites sobre esta localização em forma de
kmz com erro a menos de 10m.
por MCV às 21:43 de 27 março 2008 
Das divisões do Mundo (episódio n+4)O Mundo também se divide entre os que, ao ouvirem “
Stars and stripes forever” de John Philip de Sousa, de imediato dizem, com os olhos marejados: “A banda do Barreiro a passar a Ponte sobre o Tejo!” e os outros, os incontáveis outros.
por MCV às 00:08 de 25 março 2008 
Pão nosso Não há dia que passe sem que a governança dê provas de ter sofrido uma encefalotomia.
por MCV às 22:01 de 24 março 2008 
Sobre a EscolaA autoridade dos professores é como toda a autoridade que é exercida sobre quem tem pouca capacidade de avaliar as vantagens e as desvantagens dessa autoridade, é facilmente perecível.
No meu caso pessoal, que vale o que vale, que é uma experiência entre muitas dos que andavam no Liceu em 1974, vi-a soçobrar de um dia para o outro.
Nesse final de ano lectivo, os professores tornaram-se incapazes de se fazer respeitar. Não todos, mas muitos.
O corpo discente sentiu a fraqueza do outro lado e pô-lo à prova. Não havia força para impôr respeito. Chegou-se mais tarde ao ponto de ter a tropa na escola, ocupando-a, colocando um militar na direcção.
De então para cá, até há uns dez anos, o respeito foi em parte recuperado. Mas a escola nunca mais foi a mesma.
E nos últimos dez anos, degradou-se de novo de forma galopante.
O que preocupa ainda mais é que episódios como o que esteve nas notícias na semana passada sejam aparentemente uma espécie de surpresa para o público.
Daquilo há todos os dias nas escolas. Todos os dias.
por MCV às 21:44 de 23 março 2008 