O dia das efeméridesTalvez que o dia 10 de Maio seja o dia em que mais coisas relevantes na minha vida coincidem em comemorar-se. Mesmo sem se tratar de aniversários de pessoas, à excepção de...
Há de facto um esmagamento por recordações as mais diversas. Boas e más.
Porém, parece que todas elas se dissolvem como pérolas em vinho.
Hoje, ocorre-me uma face risonha e bonita debruçada de uma coincidência.
De um comboio que passou, se deteve e o qual não apanhei a não ser anos depois.
É o que me ocorre.
por MCV às 23:57 de 10 maio 2008 
O eixo da TerraNum
zapping, cacei um especialista que, usando o dedo, dizia que, descontada a Lua (se ela não existisse), a conjugação precessão/nutação sofreria significativas alterações e teríamos numa escala de dezenas de milhar de anos o eixo da Terra apontado ao Sol, o que provocaria o derretimento dos gelos polares e a acumulação de outros gelos na zona equatorial.
Ora digo eu – com o mesmo simplismo com que ouvi tal e descontando a crítica da primeira conclusão, para a qual ninguém pode dar cabal suprimento – que, se o eixo da Terra apontasse ao Sol, digamos que com o pólo norte da Terra apontado ao Hélio e usando a nomenclatura habitual, verificava-se sim que o hemisfério sul ficaria permanentemente nas trevas e que a acumulação de gelo se daria no pólo sul e de forma menos acentuada em todo o hemisfério meridional, enquanto todo o hemisfério norte seria diurno e com pico de incidência dos raios solares no pólo. É o que decorre desta suposição. Não percebo como é que haveria acumulação de gelos no equador e derretimento no pólo sul.
Há qualquer coisa que me escapa no saber de alguns especialistas.
Mas também pode ter sido um lapso. Um pequeno colapso, como diria um amigo meu.
por MCV às 22:55 
Canha, 2007
Já este ano, um dos fotógrafos do Expresso apanhou um ângulo quase igual a este.
por MCV às 02:00 
Os cromos da bolaDiz que os homens chegam a uma idade em que compram um descapotável e só querem moças novas.
Tenho um amigo que roga a todos os santos que lhe avisem quando estiver a ser ridículo.
Tenho um outro que comprou uma moto e trocou de mulher – o único que eu me lembre que substituiu a cara-metade.
Isto sem se saber muito bem o que é ser ridículo, é coisa que se deslinda bem no caso das moças novas. São elas que se riem dos velhos que as perseguem.
Eu, sem querer ser imune à ridicularia e sem querer ser melhor do que os demais, virei-me para os cromos da bola.
Num lance, vítima da argúcia comercial do meu habitual fornecedor de totolotos, vi-me de caderneta na mão a procurar por carteirinhas de cromos. Há quase quarenta anos que não o fazia. Fui ver e ainda o Eusébio jogava no Benfica com o Zé Augusto, o Coluna, o Jaime Graça, o Torres e o Simões.
A questão essencial que se me colocou foi esta: como é que estes gajos sabem quais são os eleitos do Sr. Scolari? Será por serem eles mesmos italianos?
Depois, lembrei-me que já antigamente os cromos não correspondiam às selecções. Eram só os cromos, os cromos da bola.
Ainda assim, à cautela, ouvi hoje o Sr. Scolari na RTP. Quatro dos cromos foram confirmados. Não fui assim tão enganado pelo meu fornecedor de jornais e revistas.
Logo eu, que nem ligo muito à bola.
Caderneta de cromos da Panini, alusiva ao Euro2008 (clicar para aumentar).
por MCV às 23:32 de 08 maio 2008 
As doze badaladas do relógioHá algum tempo percebi que os objectos têm o seu lugar.
E que isso não é objectivo, é antes subjectivo.
Este relógio, cujas badaladas podereis ouvir aqui (clicando em baixo), esteve sempre ligado a uma parede de quatro que faziam a sua caixa de ressonância.
Objectivamente, milhões de outros relógios em milhões de outras paredes parecerão a elas pertencer.
Subjectivamente, hoje foi a primeira vez que o ouvi tiquetaquear, badalar em outro poiso.
Antes não o tivesse feito.