HomenagemA um cromo da
bola
cromo editado por Distribuidora de Publicações, Lda., Lisboa, São Paulo e Recife, copyright da Palirex, Papelaria, Livros e Revistas, Lda.Não é irónica. É sincera. Todos os dias desaparece gente boa. Este homem e o seu cromo fizeram parte da minha infância.
Para além de ser um dos Lisbon boys.
por MCV às 14:25 de 17 março 2006 
O escape de PortimãoO pretexto era a nova companheira de quarto da R. Ou talvez não, não são precisos muitos pretextos para ir jantar a Portimão.
Eu acho até que só ia beber café ao
Texas Bar e acabei lá para os lados da Rocha. Foi o que deve ter acontecido.
Pormenor de somenos: durante a travessia da serra, aquilo que parecia uma pequena fuga no escape, transformou-se num som artilhadão.
Mas como sempre tive sorte com estas coisas, encontrei logo o J. mailas moças na esplanada por baixo do apartamento. E, de facto, a noviça era um mimo. Tudo à medida. Finlandesa daquelas. Só o som do carro é que a deve ter assustado.
Vai daí, é claro que o J. me levou logo a comer... carne. Pior, frango à Guia. Não é possível demovê-lo, isso já eu sei e sabia. Também agora mais valia mas é pensar na mocinha.
E assim foi. Antes da janta, subimos e eu pedi para tomar banho.
Ouvi uns barulhos e a porta a bater.
Quando saí da casa de banho, vi a moça com uma toalha à volta do corpo. Ia-me passando. Mas pronto. Nada de aventureirismos. Lá lhe perguntei por eles e ela disse que tinham ido comprar qualquer coisa.
Desse dia, não houve assim nada de especial a assinalar.
Dia seguinte, era sábado. As moças trabalhavam na Rocha até ao fim da tarde. Fomos lá antes de almoço e já o caso parecia o motor de um Ferrari.
Entre as brincadeiras com uma opulentíssima bartender que operava mesmo ao lado do escritório finlandês e a necessidade de resolver a questão do escape, ganhei nessa altura eu.
O inevitável taxista a quem pedimos indicação, lá nos deu as pistas.
A oficina era muito à antiga.
E o homem fez o trabalho em três tempos. Não levou caro. Um escape todo novo.
Reparei que o J. estava com a pulga atrás da orelha. Não sei se foi pela cara que o mecânico fez quando depois de nos perguntar de onde éramos, recebeu a resposta: do Alentejo, eu e da zona de Aveiro, ele. E perguntou como é se ia dali para Portimão!
Já que o J. é mais carne, lá me lembrei de subir até à Água da Sola, ao presunto.
Assim que saímos do carro, o bicho abaixou-se e disse-me: porra, estava com medo que o gajo não tivesse posto um escape.
A coisa correu bem. Apareceu uma excursão de inglesas balzaquianas que até o dono da casa, que entretanto se posicionara como quem ver o circo pegar fogo já se dava ao luxo de dizer qual era para o J. e qual era para mim.
Lembrei-me disto agora porque esta cena passou-se há doze anos e o escape foi hoje remendado pela primeira vez.
por MCV às 19:32 de 16 março 2006 
ActualidadesO túnel é outro, mas a
actualidade mantém-se.
Faz-me aflição esta comum confusão entre alhos e bugalhos feita por pessoas que deviam ser responsáveis.
Estará o país entregue mesmo só aos medíocres?
por MCV às 09:20 
Restos de colecção (49)
ou a virgindade aplicada aos cartões de débito
por MCV às 04:05 
O enigma da estrada de SintraComo dei nota em
post de 19 de Julho de 2004, a minha saga de fotografar estradas, sinais e postos de abastecimento começou com uma foto de um posto da Shell na Estrada Nacional nº 117, foto essa que publiquei mais tarde, em
post de 3 de Janeiro de 2005.
Em nenhum desses posts repeti uma preocupação antiga,
aqui vertida a 26 de Outubro de 2003, mas dela dei conta a
quem tem feito notáveis incursões pela memória da capital e dos seus arrredores. Referia-me então ao ponto 3, que os outros merecerão apreciação posterior.
E o ponto 3 era isto: Os Campos Elíseos (do sopé de Monsanto).
Este nome via-o eu assim, como dei conta ao meu interlocutor "...que na casa que existia junto da bomba essas duas palavras figuravam na parede, assim em letra rampante, subindo para a direita. Mas é uma recordação tão ténue que pode resultar de confusão com qualquer outra".
Ora o meu empenhado correspondente presenteou-me hoje com esta foto de Arnaldo Madureira:
Fotografia de Arnaldo Madureira, 1961, Arquivo Municipal de LisboaE com mais estas do mesmo autor:
Fotografia de Arnaldo Madureira, 1961, Arquivo Municipal de Lisboa
Fotografia de Arnaldo Madureira, 1961, Arquivo Municipal de LisboaSão fotos do posto de abastecimento e da casa junta. Vê-se na legenda da fotografia que se trata de um Dancing.
Nas minhas recordações, esta casa era uma espécie de bar de apoio à bomba de gasolina, com trepadeiras nas paredes, mas deixando ler as letras. Vê-se na foto um vaso que parece ser de uma delas.
Talvez tivesse natureza diferente
night and day.
Alguém se lembra dela?

Obrigado,
Bic.
por MCV às 07:52 de 12 março 2006 