O (9+n)º planeta, perdão, o (9+1n)º planetaPela
nª vez, anuncia-se a descoberta do décimo planeta do sistema solar.
por MCV às 22:28 de 30 julho 2005 
De Braga para GuimarãesHá situações que me irritariam noutras circunstâncias. O caso é que, ouvidas e não entendidas as razões, não se perdeu um minuto.
Os mais expeditos já discutiam eventuais traçados alternativos.
Vamos fazer isto à moda antiga - disse-lhe.
Ela nem pestanejou, entrou no carro ao meu lado, pegou num bloco e riu-se.
Tinha a perfeita consciência de que, caindo já a noite, seria tarefa complicada escolher e medir novo traçado em tempo útil.
Avançámos assim sobre os restos de um caminho marcado num alqueive.
Voltas dadas, detivémo-nos junto a um muro de uma abadia.
Esta passagem é lindíssima - dizia ela, a contemplar o pequeno desnível das águas que assim emarulhava o silêncio da noite, não fosse, claro, o motor do carro.
Mas é também delicada. Veremos se ninguém se magoa aqui.
Ah, mas tens que utilizar este percurso. Isto aqui é magnífico. Está ainda como eu me lembrava disto.
Ok, descansemos então. Quando fecharem as comportas, atravessamos.
Caramba! Este gajo não podia apontar as luzes para outro lado?
Qual gajo? Não vês que é o Sol?
E o que é que a gente está a fazer na caixa do carro?
Tonto!
por MCV às 16:49 de 29 julho 2005 
28 de Julho deDemasiados aniversários se comemoram a esta hora.
Nas margens do Mira.
espólio Campos Vilhena - composição de duas fotos de MSG
por MCV às 20:45 de 28 julho 2005 
De volta às fileirasCumprimentámos o homem no caminho.
Eu tinha uma vaga ideia dele. O R.C. mais do que eu. E ele tinha, por sua vez, o R.C. em grande conta.
Fez-lhe a vénia intelectual da praxe e arrependeu-se dela no momento seguinte quando se apercebeu que muito provavelmente nos teria como subalternos.
Chegados a quartel, a coisa foi rápida.
Fardamento. Conversa pouca e galões. Estávamos os três no mesmo posto, o moço à nossa direita por ser mais antigo nas lides castrenses.
Lembro-me de ele me fazer, de uma espécie de balcão, a recomendação de organizar tal e tal: "Vamos lá ver se organizamos isto até amanhã!"
Mas havia festa. Eu a pensar cá para mim que era a segunda vez que vestia o uniforme nacional. Mentira ou verdade? Ainda hoje não sei. Há, no entanto, quem afirme a pés juntos que sim, que me viu militar. Embora metade já tenha morrido.
E a festa era logo ali, no rio, à frente da parada. Os F-16 por ali andavam, uma parelha apenas. Lá fizeram umas figuras evidentemente rápidas e desapareceram para os lados da Trafaria.
Em seguida a coisa decorria numa espécie de grande nave-claustro. Em ordem unida. Em havendo ordem unida, há-de haver ordem antes disso. Pelotões, companhias, essas coisas.
Como não sabia onde me enquadrar, vi a coisa de cima.
E o que vi era mais ou menos isto:

Descido à terra, os meus galões pararam em frente do tal balcão. O homem:
"Vamos lá ver se organizamos isto até amanhã!"
Não lhe perguntei em que companhia, em que pelotão estaria eu. Pelotão? Eu seria decerto o comandante da companhia. Mas de qual?
Ele estendeu-me então uns quantos bilhetes de comboio. Tinham marcada a hora exacta em que eu tinha de apanhar o dito.
"Vamos lá ver se organizamos isto até amanhã!"
por MCV às 10:25 
Motivos para deserdar alguém (mais um da série de)Descobrir que possui um livro de autógrafos.
por MCV às 20:59 de 26 julho 2005 
Esta parte da cidadeOu lá o que é isto, é-me meio desconhecida.
Já por aqui ando há quarenta e tantos anos, ainda por aqui nada havia a não ser mato ou aquele barranco que era uma espécie de atracção para o pessoal da escola.
Vou à janela e imagino-o, ao barranco, emanilhado aqui por baixo desta espécie de praça. A linha de água é, são agora duas: uma subterrânea e outra à superfície. Um dia que chova muito se verá.
Afinal ainda há certos cheiros. Cheiros que não consigo analisar, identificar componente a componente, mas que são réplicas de outros.
Ontem, encontrei um deles perdido no mato. Algures perto de uma praia sem afluência.
Afinal ainda há certos ruídos. O daquelas bicicletas a motor que lembram as noites alentejanas.
Afinal ainda há certos casais. O H.G. e a namorada. Lá estavam a jantar envolvidos. Ele veio cumprimentar-me, de mesa para mesa, de palhaço para palhaço.
Ela gosta das palhaçadas dele. Vê-se. Sempre se viu. Não sei há quantos anos os conheço, quase há trinta, a namorar. Nem sei que mistério tão grande vêem os outros nisso.
Sim, os netos deles já são crescidinhos.
por MCV às 09:32 de 25 julho 2005 