Afinal o cheiroAinda suscita
mais umas questões.
A que horas é que a direcção da faculdade de Farmácia comunicou às autoridades o conhecimento que tinha do derrame do tiol (se era de facto tiol)?
E depois dessa comunicação, quanto tempo ainda durou o arraial das investigações?
E, já agora, qual terá sido a quantidade derramada?
Da resposta à segunda questão depende a avaliação da resposta a problemas deste tipo, a forma como as coisas são coordenadas, etc.
por MCV às 10:06 
Evocação pertinente
(há muitos séculos, um dos meus primos tinha uma fita destas colada por cima do espelho retrovisor)
por MCV às 07:59 
O ordenamento do territórioPor que é que eu tenho esta sensação de que a maioria dos que enchem a boca com o ordenamento do território se interrogados sobre o que isso é, do que é que trata, não saberiam responder?
Normalmente acontece com as pessoas que enchem muito a boca com um conceito qualquer.
Aproveito para dizer que eu não sei o que é o ordenamento do território. E que também tenho a noção de que quando as pessoas nada sabem de um assunto tendem a pensar que ninguém afinal sabe nada sobre tal.
por MCV às 13:49 de 17 janeiro 2008 
Esta história do cheiroQue anda há horas e horas a dar que fazer aos bombeiros em Lisboa deixa pelo menos três dados curiosos.
A crer no que se disse aqui e ali.
O primeiro é que tenha sido por tanta gente confundido o cheiro dito de gás com o cheiro a enxofre.
O segundo é que um frasco possa conter uma quantidade tal de uma substância que cheire tão intensa e persistentemente e numa área tão vasta.
O terceiro é que removido o frasco ainda se ande à procura da fonte da contaminação.
por MCV às 09:21 
Triste espectáculoPara além da qualidade dos raciocínios expendidos, para além dos ricochetes que a palavra arrogância fez na madeira que parece encerada, ainda se vê no final este triste espectáculo de um sistema electrónico de carregar pela boca – pois a coisa é feita à zona, como se constata pelo resultado para ali erradamente metido – sistema que na certa nos custou os olhos da cara.
Tanta incompetência não admira. É a reflexão na dita madeira do brilho dos sentantes.
imagem da AR tv
por MCV às 18:51 de 16 janeiro 2008 
A voz do Gazcidla
imagem do arquivo da RTPFui dar àquela sede de concelho alentejana, por via de algum espectáculo desportivo que teria a ver com bicicletas. A bem dizer, não sei se seriam bicicletas ao certo. Era um espectáculo viário sim, que passou efémero e nebuloso porque não fiquei a saber o que era, mas devia ter ao certo muita gente na caravana, dada a importância que assumia e ninguém a assistir.
Porque a assistir, assim parece, ao fundo daquela rampa que virava à direita, na subida, eu distinguia vagamente uma igreja em obras ou a carecer delas e que eu vagamente julguei reconhecer, disse para mim Aljustrel mas em Aljustrel não há nada parecido. Eu não sabia onde estava, fora para ali levado pelo tal fenómeno desportivo e não sabia onde estava. E a assistir, dizia, apenas vi um homem de preto, acho que com uma bóina, preto ou daqueles azuis escuros, arroxeados, castanhos, que parecem pretos ao longe, no verão. O homem ou teria bóina ou tinha o cabelo preto, vinha a andar para mim devagar e eu para ele, na esperança de ver parte da caravana ainda ou de reconhecer mais um sinal qualquer da povoação.
Compete dizer que isto decorria aos alvores, antes do nascer do sol mas já com luz suficiente para se dizer que era dia.
É quando um tipo de motorizada, que descia a dita rampa, ladeira digo, faz um esse para cima dele e de mim, o homem assusta-se e diz qualquer coisa ao outro e ele responde.
Soalheirinha, ou melhor Soeirinha, Soeirinha.
Foi um nome que eu vi em qualquer lado ou na moto ou no homem ou no capacete do homem, mas não sei como é que o vi. Decerto Soeirinha e a sua moto não seriam estranhos ao homem de preto, que com um sorriso me disse logo ser meu cúmplice. Mas não me apertou a mão. Dirigiu-se a uma espécie de triciclo do gás, eu digo que era do gás porque é importante dizer que era do gás, e disse-me então quando é que aparece ou uma coisa do género, pressupondo um conhecimento nosso anterior. Eu não respondi, julgando... tendo a certeza de que não conhecia o homem e que não podia ter compromisso com ele nenhum.
Aqui, ele pega no seu triciclo, julgo que dá uma meia-volta e diz mais qualquer coisa do género, talvez protegido por uma flama Gazcidla ou por uma flama azul e vermelha que se via... azul, branca e vermelha que se via numa esquina – então já não vende Gazcidla? – e eu respondi com ar galhofeiro: Não, desse já não vendo há muito tempo, agora só se fôr Galp. O homem riu-se e estacionou o triciclo numa rua que parecia principal* e que descia. Estacionou, creio, em sentido contrário. Saiu do triciclo e entrou rápido numa porta onde se subiam dois ou três degraus até uma loja. Segui-o, mais por galhofa do que por outra coisa qualquer. Ele perguntou-me assim: Atão o gás? Não me traz o gás? E eu disse-lhe: Não vendo gás. O senhor está a confundir com outra pessoa qualquer. Eu sou da charneca, como se isso me ilibasse de fornecer-lhe gás. Ele olhou para mim e nada disse. Mas diga-me uma coisa - disse eu - sou assim tão parecido com o indivíduo que o senhor espera? Ele respondeu: Não. Não sei, eu conheci-o pela voz. Pela voz? Sim, o caso é que eu estava de férias e sabendo que não tinha gás, telefonei para tal sítio e falei consigo. Consigo não, com o outro e pedi uma garrafa de gás. E que viessem arranjar uma coisa, que eu tenho aqui um problema. E reconheci-o pela voz hoje, pensei que era você. Ele antes disso tinha-me perguntado antes de entrar na loja, onde é que eu tinha deixado o carro. E o carro estava atrás de um outro nessa rua, um pouco mais para lá. Acho que eram só os dois que se viam nessa rua, só que o carro estava mesmo atrás do outro, não se via dali bem.
Então ele riu-se, percebeu finalmente que havia ali um engano de vozes, não fez referência nenhuma ao facto de eu conhecer o Soeirinha, de eu ser da charneca, de o meu sotaque ser parecido com o dele, e estava já a vender pregos a alguém, assim os tais três degraus acima de mim. Era sobranceiro. Quando a mulher dele, assim com muito bom aspecto, de óculos, uma senhora realmente com muito bom aspecto, muito educada, não era bonita, não era bem feita, tinha muito bom aspecto, talvez bonomia, uns óculos de massa, pretos, o cabelo ligeiramente desgrenhado, preto, uma roupa escura, preta, uma pele morena, disse um sonoro e sincero muito obrigado, senhor Manel. E eu saí da loja para não mais voltar. E ainda não sei em que sede de concelho alentejano estive.
Nem como fui conhecido pela voz sem abrir a boca.

* assim como a rua Infante Dom Henrique em Portimão.
por MCV às 04:20 de 15 janeiro 2008 
Diametralmente opostosDuma coisa estou quase certo: não estava em posição que se pudesse vulgarmente dizer diametralmente oposta à daquela senhora.
Mas sabemos todos que dados dois pontos quaisquer, o ponto médio do segmento de recta por eles definido é o centro de uma circunferência da qual esse segmento é diâmetro e os ditos pontos são assim diametralmente opostos. Era uma questão de escolher dois pontos, um na senhora outro em mim. Mas não era questão que se pusesse.
De resto, afianço que até não tinha dado por ela, tapada que estava por alguém que se intrometia entre nós.
Só depois de eu ter terminado a minha oração sobre pontos que tais é que lhe ouvi a voz.
Intrometeu-se na minha finalização de caso e tratou de contar uma história que metia belgas e a linha que divide a Flandres da Valónia e na qual se dizia que um flamengo tinha uma visão diametralmente oposta à de um valão. E depois um francês – acho que era um francês, que bem podia ser de outro país qualquer limítrofe, que dizia que a sua opinião era oposta à dos outros dois.
E esta senhora, com esta intromissão, pretendeu criar um problema irresolúvel graficamente. Eu depois disse que o tinha resolvido. Assim com uma chicoesperteza que me pareceu logo ser de mau tom explicar, uma vez que sendo aldrabada, ofendia a inteligência da dona.
Resolvi tossir.
por MCV às 07:13 de 14 janeiro 2008 
Mais umaNão sei se é mera infantilidade se falta de tarola.
Clique na imagem e atente na data em que foi tirada e no nome do autor.
Depois veja este
post.
por MCV às 20:13 de 13 janeiro 2008 