Naquela linha que aqui referi há algum tempo, o Expresso ofereceu há uns meses e publicitou largamente a oferta, umas biografias de célebres. Nessa publicitação e na capa ou lombada nem uma única menção ao autor. Nem sempre era sequer referido na contracapa. Quem se relevava era quem tinha escrito o prefácio. Só aparecia o nome depois que se abria o livro. Voltou o Expresso a oferecer e publicitar biografias de célebres. Desta feita, na capa vem o nome do autor. Ainda que com menor destaque do que o do autor do prefácio, esse sempre publicitado. Bizarros critérios. Apontados para certo tipo de mentalidades. Pode sempre dizer-se que uma biografia é escrita pelo biografado a cada dia. Mas, caramba, alguém compilou as coisas e as escreveu. Bem ou mal. E um prefácio, excepções raras, é palha.
A cavalo dado não se deveria olhar o dente. E ninguém me manda comprar o Expresso desde sempre. Mas são coisas que chateiam. E eu que nem passo cartão a biografias.
(clicar para ampliar) por MCV às 23:32 de 26 novembro 2011
O esquecido terramoto de 25 de Novembro de 1941
No dia 25 de Novembro de 1941, pouco depois das seis da tarde, um violentíssimo terramoto ocorreu no mar a cerca de 460 milhas do Cabo da Roca e a uma distância quase igual das ilhas da Madeira e Santa Maria, nos Açores – cerca de 290 milhas de cada.
Este terramoto foi graduado na escala de Richter entre 7,9 e 8,4 e, de acordo com os dados que consultei, terá sido o sismo registado de maior magnitude no território nacional e mar adjacente. Com esta magnitude elevada, apesar da distância, foi bem sentido em Lisboa. No entanto hoje não figura nas habituais listas de sismos a que a imprensa deita mão. É um daqueles eventos apagados da memória colectiva a que só os especialistas se referem. Desse ano de 1941 relembra-se o ciclone e a guerra. É por isso que aqui deixo estes recortes de imprensa, a título de setenta anos contados:
(clicar para ampliar)
Diário de Lisboa, 26 de Novembro de 1941 Diário de Lisboa, 27 de Novembro de 1941 ABC Madrid, 26 de Novembro de 1941 ABC Sevilha, 26 de Novembro de 1941 La Vanguardia, 26 de Novembro de 1941
Não sei se o dia 24 de Novembro não terá tendência a demorar-se como dia de Greve Geral. Dizem que não há duas sem três e depois de três seguidas há razão para se considerar uma série. Devia o governo considerar esta hipótese. É feriado, como pretende o trabalhador, e não é pago, como pretende o patrão. Sendo feriado, dá aos trabalhadores algum descanso excepto aos que se dedicarem aos piquetes, impondo o feriado aos renitentes. Não sendo pago, tem impacto sobre a produção mas não sobre a produtividade (hum). E para além de tudo o mais faz bem aos fígados dos que se manifestam, gritando os seus impropérios e clamando por desiderata. Claro que prejudica uns quantos desgraçados que precisam de se transportar ou de se tratar, por exemplo. Mas nada que não se resolva. Mais feriados destes resolviam em parte a questão que ora se debate se se há-de extinguir ou não o feriado de 7 de Junho. Por mim extingue-se. por MCV às 12:54
Referências
Uma das coisas que eu calculava possível mas não sabia ao meu alcance era esbarrar literal e materialmente com um paralelo. Foi o que aconteceu no momento em que tirava esta fotografia. Como se pode estimar pela presumida posição do ponteiro do velocímetro, a colisão foi a baixíssima velocidade.
Ouvi uma jornalista referir que alguém teria dito que preferia que um certo processo judicial fosse discutido no tribunal e não na praça pública (coisa que me parece ser repetida amiúde). A verdade é que não se pode impedir que a praça pública discuta a vida alheia. Tenha ela consequências sobre as vidas dos discutidores ou não. Faz parte do mundo. As coisas são assim. Ainda que se lamente que a imprensa, de uma maneira geral, discuta os processos em curso como os discutiriam duas ignaras comadres, é disso mesmo que se trata – de um lamento. E os lamentos de pouco servem. por MCV às 16:19 de 22 novembro 2011
Coisas que os antigos diziam de outra maneira - sentença sexta
Uma surpresa é o choque com a realidade mal percebida. por MCV às 15:51
É automático!
Aquela rábula de não pensar como é que se faz o café porque é automático compete em imbecilidade com aqueloutra em que se dizia “Se elas [as árvores] andassem, como é que tinhas sombra?” Será que a coisa foi estudada para um público-alvo, perdão, alvar? por MCV às 20:29 de 21 novembro 2011
Espanha
Se Rajoy chegar, como dizem os heraldos, a presidente do governo de Espanha, a Espanha terá literalmente um governante que caiu do céu. Não acredito que isso modifique seja o que fôr na linha de rumo que ali se segue há décadas em paralelo com Portugal. Mais PS menos PSOE, mais PP menos PSD, tudo desagua onde se vê. Rimou. por MCV às 13:31 de 20 novembro 2011