A ponte de Entre-os-RiosCaiu faz hoje cinco anos.
Foi o maior acidente rodoviário de sempre em Portugal, no que respeita a perdas humanas.
Dos disparates que se disseram depois, não há conta possível.
Compreende-se a dor dos que perderam familiares e amigos e compreende-se também que, por isso mesmo, insistam em procurar culpados.
Já não se compreende tão bem a enxurrada de imbecilidades que foram ditas e repetidas com este ou aquele interesse mais bizarro.
Se há que encontrar culpados, convém entender as causas.
E as causas directas, ainda que esta coisa de causa e efeito seja um mistério insondável que o Homem teima em perceber, no dizer dos entendidos foram as sucessivas e extraordinárias cheias do Douro nos dias precedentes e a forma como descalçaram o pilar nº4.
Pode agora tentar perceber-se como se chegou a esse ponto.
Parece-me que uma das respostas está em todos nós. Na forma descuidada como encaramos toda e qualquer manutenção do construído.
Na forma bizarra como nos organizamos e nos desorganizamos.
No caso das pontes, é público que não existia sequer um serviço responsável a funcionar de forma a poder responder pela conservação e segurança. Como existira no passado.
Penalizar hoje alguns engenheiros pela queda da ponte é o mesmo que culpar o único polícia a quem se retirou a arma de fogo por não ter impedido um assalto mortífero.
Hintze Ribeiro, ministro e presidente do Ministério nos últimos tempos da Monarquia, teve o seu nome, entre outros locais, numa ponte. Essa ponte caiu. No local onde existia, está hoje outra. Melhor fora que lhe chamassem a essa "Ponte das Amendoeiras em Flor".
Que era de vê-las que vinha grande parte das vítimas. Da outra ponte.
Foto JAE
por MCV às 20:30 de 04 março 2006 
CertificaçãoFaço por me certificar das ideias que tenho.
Estou a assistir à interpelação ao Governo e particularmente ao MNE sobre o que se sabe.
Para me certificar, mais uma vez, da enorme incapacidade intelectual de todos aqueles protagonistas.
De um lado e do outro, claro.
por MCV às 17:40 
Restos de colecção (47)
postal editado pela TAPMal se vê, mas a matrícula é CS-TCA, o
Goa
por MCV às 01:16 
CarnavalescoComo já
disse há um ano atrás, nunca pus os pés em cortejos carnavalescos.
Apenas por duas vezes, a coisa esteve a ponto de se decidir.
Mas não ocorreu nesse ano de 1979 para Sines, como também não se deu no ano anterior a caminho de Loulé.
Talvez que nem uma nem outra tivessem chegado a ponto de ver o cortejo.
Em 1979, raiava o dia quando a ideia surgiu. Estando Sines tão perto, seria pouco provável que à hora do desfile, algum de nós estivesse acordado ou em condições de foliar, depois da atribulada noite anterior.
Já no ano anterior, a proposta quase suplicada do V. para que tomasse conta da irmã durante o fim-de-semana carnavalesco, deixava poucas dúvidas de que algum de nós fosse afinal desfilar para as ruas de Loulé.
Lá ir para Loulé, íamos. Eu, ele e a irmã dele. Para a da namorada do bicho, que estava sózinha em casa.
Em vez disso, fui obrigado a passear pelo tabuleiro ainda incompleto da ponte de Vila Nova de Milfontes. Quase como andar na prancha.
por MCV às 02:55 de 28 fevereiro 2006 