São João Baptista, decapitação, São João Baptista, baptismo, água.
Não me atrevo a ir mais longe do que a mera junção de conceitos, de elementos, de identidades. O certo é que presenciei um sem número de banhos do vinte-e-nove daqueles que desciam da serra a comer o arroz de frango à beira-mar. Era o banho de calças vestidas, de vestidos arregaçados, o baptismo marítimo de uns quantos de entre eles. O meu cepticismo ginjeiral levava-me a encarar com um sorriso amarelo os incentivos dos circunstantes para que aproveitasse o factor 9 como multiplicador dos registos do dia. É claro que eu nessa época contava as vezes que me metia dentro de água em cada dia. Mas não fazia contabilidade cumulativa para apresentar ao fim do mês, com o 29 a ter ponderação eneplicada. Ainda assim, o vinte-e-nove foi sempre marco na vilegiatura, enquanto a fiz à beira-mar. Só ficou por realizar o banho de burro. Lembrei-me hoje de uma esbeltíssima companheira de paródia com a qual troquei de sexo certa vez. Nem ela tinha formas andróginas nem eu passava por mulher, isso mesmo me disse o velho amigo que nos fez beber uma garrafa de verde em plena manhã. Disse mais, disse que com um homem daqueles também ele...
O que é que isto tem a ver com a degola de São João? Para que é que eu me fui lembrar de tal coisa?
O que será feito dela? por MCV às 23:30 de 29 agosto 2008
Benfica
Estes não decidem a nossa vida, por isso as afirmações que proferem apenas merecem citação e nenhuma apreciação.
“A Benfica TV é um projecto estruturante. E quem não perceber isso, é porque não percebe...[...]” “[...] e quem o negar [que os adversários do Benfica são difíceis] está a mentir!”
As citações são de memória e de duas figuras diferentes, ambas dirigentes do Benfica. A segunda é de hoje, a primeira suponho que o seja também. por MCV às 19:50
Sinal dos tempos. Sarah Palin, Governadora do Alaska, é a candidata dos Republicanos a Vice-Presidente dos E.U.A.. por MCV às 16:46
Verifico
Que as palavras do MAI apenas mostram que a mediocridade é extensiva a todos os que colaboraram para a aprovação do actual regime legal, coisa que é óbvia. Que se reconhece que a criminalidade aumentou e não é fabricada na imprensa, coisa que salta da observação e da contagem.
Há, reduzindo tudo à forma canónica, que promover o medo entre os criminosos. Promover o medo de serem capturados, dando às polícias os meios e o comando eficaz. Promover o medo de, em seguida, serem castigados, com leis penais que sejam duras. Não conheço outra forma de travar o crime. A dureza das leis também dá aos cidadãos cumpridores uma sensação de conforto e de vingança, ao ver que elas são aplicadas a quem pratica o crime. É isso de evitar? A sê-lo, por que razão?
Precisamos de erradicar as ideias legislativas que vão de acordo a desejos, a ideais inencontráveis e não à observação da realidade. Esta gente que nos desgoverna continua refém desses ideais e é completamente incapaz de se aperceber que os ideais não se conformam com a vida dos comuns. É incapaz e será incapaz. Não consegue ver além do nariz. por MCV às 22:12 de 28 agosto 2008
Eu bem me parecia
Mas como não houve repetições nem câmara lenta... Foi mesmo penalti.
Barac bac bac ou um momento reality show barato aqui no H Gasolim. por MCV às 14:47
O desnorte
Andava eu aqui para promover o passatempo “Fotografe o seu polícia à noite, na sua vizinhança e ganhe um prémio”, quando zuca, o desnorte a que a coisa chegou fez com que, para inglês ver, se pusesse a aviação no ar, a marinha no mar e a tropa a marchar! – ainda tive a oportunidade de ver passar o helicóptero cinematográfico por cima da minha cabeça, a altas horas. Esta gente que assim nos desgoverna não tem culpa de não ser capaz de nada perceber. Nasceu assim e assim há-de morrer. A culpa é nossa que permitimos que tais cabeças acabem com o resto. Não me canso de o repetir, mas eles são tão maus, tão maus! por MCV às 14:47
Por memórias. Era para lá ter ido hoje. Não sou nem nunca fui de espectáculos musicais. Já aqui o disse. A verdade é que ainda assim já vi uns quantos. E já me dei mesmo ao trabalho de abalar a caminho do Crato para ver os Beach Boys. Iria lá hoje de novo para ouvir ao vivo o som improvável dos Vaya con Dios como se estivesse num crepúsculo soalheiro estranhamente a ouvi-los no café por detrás da minha casa do sul. A escassos metros do som dos cantadores chãos que vai para meio século me embalavam. A anos-luz dessa mesa de café em que criei uma forte memória das músicas deste grupo. Daquelas que sabemos de imediato nos vão marcar para sempre. Despedia-me ali da parte de leão da minha vida. Não interessa quantos anos viva. às 23:45: O meu amigo C.J. fez-me uma maldade. Ligou-me de lá. por MCV às 22:00 de 26 agosto 2008
Inutilidades
Não há lei que consiga colocar inteligência nas cabeças que dela carecem. Enquanto os burros continuarem onde estão, não há nada que se possa fazer por Portugal. por MCV às 18:05
Ilustrações
A ligação está em baixo, pelos vistos. Não há bonecos. Peço desculpa por esta anomalia. por MCV às 14:04
“Foram seguidos pelos dois suspeitos” – diz a jornalista, no relato do crime ocorrido na estação de Boliqueime. Será “alegadamente” possível explicar a esta criatura o que é um “suspeito”? por MCV às 00:06
Uma das características de Vidal Fitas, enquanto ciclista, era a de empreender, acompanhado ou sózinho, fugas compridas em cima da bicicleta. Compôs uma fuga vitoriosa desta vez. Para quem tem como eu raízes na serra algarvia, a mesma onde senti, talvez pela primeira vez, a magia das cores rolantes, magia essa que me envolve até hoje, o facto de uma equipa de Tavira, ainda que por via de um galego, ganhar finalmente a volta é motivo de satisfação. O que é feito do resto do ciclismo português? Do algarvio de Olhão e Loulé, do saloio de Torres e Bombarral, do bairradino de Sangalhos e Águeda? por MCV às 18:13
Entrementes na primitiva Ibéria... (V)
Do barulho à volta dos jogos olímpicos, chegaram-me, talvez pela intensidade, mais nítidas duas notícias: a do abraço entre as voleibolistas de areia da Geórgia e da Rússia e a da fotografia achinesada dos basquetebolistas de Espanha. Esse abraço decerto nada resolveu, em nada contribuiu para que se encontre uma solução (se é que as soluções destas coisas existem para além do tempo que passa) para a difícil contenda caucasiana. É uma mera curiosidade irrelevante mas muito à moda, muito adequada a uma era de instantes propagandeados, rapidamente esquecidos e isentos de sumo, para usar a linguagem também adequada. A imagem dos espanhóis de olho esticado é igualmente de uma irrelevância e de uma ausência de significado que não ultrapassa a mera piadola. Pode ser uma má piada, mas não passa disso. Passou, no entanto, pela diversa imprensa, como um gesto racista, chinófobo e mais sei lá o quê. É destes dois extremos do ridículo, do bem e do mal segundo as figurinhas abraçadas ao politicamente correcto que se faz hoje o mundo. Entrementes... por MCV às 17:31