Talvez que, em termos formais, como diria um certo famoso arguido de águas de bacalhau, não se soubesse o que se passava na Madeira. Em termos reais, só um cego d’alma não se aperceberia de que a bota não batia com a perdigota. O deve e o haver do livrinho. Quando aqui me pronuncioabsolutamente contra a regionalização é, entre outras coisas, por imaginar uma multiplicação destes cenários, bem patentes já, a outra escala, nos municípios e nas suas magníficas empresas municipais. por MCV às 20:12 de 16 setembro 2011
Mini-stérios
Há muito referi aqui a questão dos ministérios e da sua estruturação. Quando ouço quem quer que seja, falar em mandar pessoas em idade activa para a reforma, seja por extinção de postos de trabalho seja porque carga d’água fôr, sabendo que passamos assim a pagar um salário (reforma ou o que quer que lhe chamem e a quanto monte) a quem nada produz e poderia produzir, só me ocorre um adjectivo para o catalogar. Não vale a pena repeti-lo. por MCV às 20:09 de 15 setembro 2011
No tempo dos índices
Ele ainda há coisas que me surpreendem. por MCV às 00:16
O cartão único do pobre
Um deputado da oposição, que não identifiquei, disse e bem que o actual governo vai no caminho de lançar um cartão único do pobre. Esta discriminação dos pobres, que aliás é reconhecida pelo próprio governo, chamando-lhe discriminação positiva (nunca me conseguiram explicar em que é que o adjectivo modifica o caso) é um claro sintoma do que aqui já disse – há gestão, sim, mas falta política. E eu até acho que o ministro das Finanças é um tipo capaz. A fazer contas. E com noção do que elas, as contas e as suas falhas, significam. Só que isto vai para além das contas. Há uns bons séculos, já havia o dízimo ou dízima. Ainda não dei por terem inventado mais justa forma de taxar o povo. Não tem que ser um 1 no numerador e um 10 no denominador. Mas igual em percentagem para todos. Não é preciso complicar mais do que isso. E não envergonhar as pessoas. Nem as roubar. por MCV às 14:30 de 14 setembro 2011
Memória dos livros
Um destes dias, a caminho de Vila Nova de Milfontes, meti na mala o livro de Duchaussois que me recordava ter lido por lá no último ano de férias lá passadas de casa alugada, 1974. Recordava-me particularmente do quarto onde o lia quase sempre à hora da sesta, antes de ir beber uma Canada Dry à esplanada. Não fiquei lá nessa noite e descobri que a esplanada, a mítica esplanada da barbacã, é agora um parque de estacionamento!!! O caso é que peguei no livro e reli-o longe de Vila Nova. Fiquei confundido quando verifiquei que Duchaussois nunca passou por Alte nem por Torremolinos. A memória pregou-me a partida. De facto, li a “Viagem...” nesse Agosto de 74. Não há disso a menor dúvida. Não sei é quando li “Os filhos de Torremolinos”. Mas calculo que tenha sido nesse ano também. Mais um para a lista dos livros que me faltam.
capas retiradas de livrarias online por MCV às 19:30 de 13 setembro 2011
Clarabóia
Há uma pequena história de Nancy Kilpatrick a que foi dado, na tradução portuguesa, o título de “A Clarabóia”. Não faço a menor ideia se este título foi escolhido antes ou depois de Saramago ter nomeado a sua obra póstuma, que hoje me foi dada a comprar por uma livraria que me manda cartas electrónicas. Se o escrevo, é porque notei demasiadas vezes que os títulos das suas obras encalham noutros. Adiante. O caso é que, desde o dia em que ouvi Pilar del Rio descrever os traços gerais do livro, ao que parece inacabado, que me ocorreu que poderia preencher a falha literária que aqui enunciei há quase três anos. Será que corresponde a essa expectativa? Será que existe já uma obra que trate do tema? por MCV às 18:07 de 12 setembro 2011
10 anos atrás
Do dia de há dez anos atrás, guardo uma memória que é hoje contrariada pela corrente do rio – a de que o rácio entre os que diziam que era uma tragédia e um crime que merecia castigo exemplar e os que achavam que, sendo mau, era uma coisa que os americanos estavam mesmo a pedir, era mais ou menos de meio por meio.