EXIF*
Esta coisa de querer identificar o
local quase exacto de cada fotografia começou para mim com as máquinas digitais.
Às fotografias em papel atribuía-lhes apenas o nome da localidade ou da estrada e o mês e o ano. Foi assim durante mais de 30 anos.
Quando a máquina que comprei desatou a carimbar invisivelmente a data e a hora em cada foto, desatei eu a querer ser mais preciso na localização. Com o
Google Street View consegui anos depois recuperar a localização aproximada das “chapas” que ia batendo. Foi e ainda é, que não está concluído, um passatempo desafiante.
Recordo-me particularmente desta fachada em Alicante da qual tinha apenas a certeza de que
haveria de se situar em certa zona da cidade, a hora a que fora flagrada e as sombras bem recortadas que haveriam de ser a chave para o alinhamento da rua, dado o dia do ano.
Se não foi a que mais trabalho me deu, foi decerto a que mais gozo me deu
a descobrir.
Ando por estes dias às voltas com fotografias de há quase vinte anos a fim de lhes dar uma morada e um número de polícia. Confiando na memória e nos atributos da máquina que são só a hora e o dia.
Agora que as máquinas mais modernas e os telefones quase todos gravam a localização e outros parâmetros. Ainda que por vezes o façam com um erro considerável.
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Exchangeable Image File Format é o nome que dão aos metadados das fotografias digitais – coordenadas esféricas, data, hora, altitude, etc.
por MCV às 22:25 de 24 julho 2025 
Antigamente não havia estes calores
Não haverá muita gente em Almeria que se lembre de tal.
E a que há hoje, em regra não se lembra do que sucedeu há meia-dúzia de anos.
A ausência de memória é o melhor pasto para a imposição de ideias feitas.
Não ponho em causa que o mundo vá aquecendo. Coisa inevitável quando a curva demográfica (a que ninguém liga) dispara e quando as actividades humanas libertam mais energia sob a forma de calor.
O que ponho sempre em causa é a disparatada propaganda que esta ausência de memória favorece e que diz a cada passo que nunca se viu ou sentiu nada assim.
por MCV às 12:15 de 19 julho 2025 
Inclusão ou deixar entrar
Quando vejo os acérrimos defensores da inclusão acrítica e incondicional, ocorre-me o
caso de Hillsborough onde deixar entrar gente que se debatia por um lugar no estádio deu azo a que morressem esmagadas quase 100 pessoas.
É no que dá muitas vezes a falta de firmeza para excluir, impedir.
É a velha história do bote salva-vidas. Só as salva até ao limite da carga. Daí para a frente morrem todos se se insistir em incluir a bordo mais um e mais outro.
Tais defensores não aceitam as leis da Física.
por MCV às 09:33 
Comentadores
Insisto. Apreciar os ilogismos dos comentadores de ciclismo do Eurosport é todo um programa.
Como já referi anteriormente é particularmente curioso atentar
aos axiomas que enunciam e à sua inevitável negação no minuto subsequente.
Não está em causa que não conheçam os ciclistas e que não tenham uma ideia das suas capacidades (à excepção de
João Almeida, que é sobrestimado). Deviam ater-se a comentários sobre o espectáculo que está a ser transmitido e
evitar raciocínios e considerações tácticas que são regra geral disparatadas, sem base e desmentidas no tal minuto seguinte.
por MCV às 15:45 de 17 julho 2025 
TAP
Alguns parágrafos muito simplistas sobre a venda da TAP:
Ou se vende a TAP (100%) ou não se toca nela.
Não consigo vislumbrar um só argumento que justifique a venda parcial, a não ser o costumeiro medinho de tomar medidas drásticas. As tais meias-tintas.
Meias-tintas não são mais do que o arrastar de um problema. Mas é muito à portuguesa.
E, aos habituais tontinhos que tomam decisões, é preciso lembrar-lhes que quando se vende um bem deixa de se ter controle sobre ele. É uma lapalissada que esta tropa precisa sempre de ouvir.
Prefiro que a TAP se mantenha nas mãos do Estado desde que preste um serviço importante ao país. E que claramente se distinga entre a obrigação de serviço público nos voos domésticos para os arquipélagos e a operação comercial que terá que ser superavitária.
por MCV às 09:36 de 15 julho 2025 